diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Meu Oco Interno

O eco do meu vazio é tão sóbrio.
Tão seco e só.
Tão ecoante sou.
Tão sem paredes interiores.
Apenas e só uma armadura oca.
Vazio, tenso e seco.
Bate e rebate sempre o mesmo som.
Internamente ressoante.
Grito preso na garganta.
Nó que nunca se desfaz.
Travo amargo na língua.
Gosto vazio e úmido.
Cavidade ressonante abstrata.
Antes de todas as vontades.
Coisa pré-formada.
Deformada e nunca reformada.
Descaminho torto e árido.
Escassez de linhas de movimento.
Duro, teso, imobilizante olhar.
Lágrima seca que nunca rola na face.
Silêncio multilador.
Rascante pensamento.
Pré, pós, antes de tudo.
Assim seco e só.
Só e oco.
Oco.

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