A vida me exige uma coragem que, sinceramente, eu não sei se tenho.
O que há de verdade é que eu não desejo tê-la.
Me camuflo sob uma pele que não é real.
Carapaça, duro revestimento de uma bravia coragem.
Quando dentro é tudo mole, é tudo frouxo, é confuso, caótico.
O que a vida me exige eu não alcanço.
Freio-me ante os mínimos obstáculos postos.
Desisto. Retendo as minhas vontades.
Mas só mesmo tempo que não tenho coragem de seguir, não tenho a bravura de extinguir-me.
E vou. Como um barco à deriva. Ao sabor dos ventos e das marés.
Que ultimamente têm sido violentas.
Cruéis.
Ah, que me cheguem os tempos de calmaria.
diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa
sábado, 21 de novembro de 2015
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
Segue... Seguirei!
O prédio, pequeno, dava para duas ruas. De um lado ao outro.
Eu hoje percebo aquele sinal.
Entrei pela primeira vez pelos fundos.
A porta de trás.
Aquele gesto quase apagado tem agora grande significação para mim.
Eu entrava em tua vida pela porta dos fundos.
Que mais eu podia esperar?
Não, eu não teria o espaço que eu queria em ti.
Seria sempre um serviçal teu.
Tornar-me-ia tudo, menos o teu amor. O teu amante.
Cerrado por detrás das grades tu não me abriste o peito.
O teu coração. Eu desejei, eu quis, eu tentei. Em vão.
Tu te mantiveste impávido. Impenetrável. Pedra.
Eu me desfiz em lágrimas, em dor.
Massacrei minha alma até onde me foi possível suportar.
Enquanto outro amor não me vinha ocupar.
Um dia tudo envelhecerá. O amor, sim.
E eu enfim olharei atrás e já nada será dolorido.
Apenas habitará na minha pele mais uma das inúmeras tatuagens com que a vida marcou meu corpo.
Neste instante, em que escrevo tudo isto, meus olhos marejam e a garganta seca.
Tento gritar para que onde tu estás possas me ouvir.
Mas o grito é mudo.
E pouco isto importa, pois nem me queres mais ouvir. Eu sei.
Que eu me reconstruirei é fato. Embora eu não tenha a menor ideia de quanto tempo isso levará para acontecer.
Hoje só posso silenciar minha dor.
Tentar aceitar que tudo não passou de uma mera ilusão. Um oásis no deserto que é minha vida. Um miragem.
Juntar minhas esperanças perdidas e calar no peito este tão esperado amor.
Findou-se.
Abortado. Terminou sem nem sequer ter começado.
E nosso passos seguiram rumos distintos. Levando-nos cada vez mais longes um do outro.
Ah, meu desejado amor, tanto te quis, te quero e não pude tê-lo.
É hora de dizer adeus e seguir até a próxima esquina em que esbarrarei numa nova ilusão amorosa.
Farto de tão pesado fardo que o mundo me põe sobre as costas.
A ti eu só desejo amor.
Saiba amar, aprenda sobre o amor. Se deixe amar, sem medos, sem amarras, despudoradamente. Impunemente e só assim serás feliz.
Parto. Aproxima-se o outono de minha vida. Breve só me restará o gélido inverno de minha alma.
Viva tua primavera, colha muitas flores pelo caminho. Segue.
Eu hoje percebo aquele sinal.
Entrei pela primeira vez pelos fundos.
A porta de trás.
Aquele gesto quase apagado tem agora grande significação para mim.
Eu entrava em tua vida pela porta dos fundos.
Que mais eu podia esperar?
Não, eu não teria o espaço que eu queria em ti.
Seria sempre um serviçal teu.
Tornar-me-ia tudo, menos o teu amor. O teu amante.
Cerrado por detrás das grades tu não me abriste o peito.
O teu coração. Eu desejei, eu quis, eu tentei. Em vão.
Tu te mantiveste impávido. Impenetrável. Pedra.
Eu me desfiz em lágrimas, em dor.
Massacrei minha alma até onde me foi possível suportar.
Enquanto outro amor não me vinha ocupar.
Um dia tudo envelhecerá. O amor, sim.
E eu enfim olharei atrás e já nada será dolorido.
Apenas habitará na minha pele mais uma das inúmeras tatuagens com que a vida marcou meu corpo.
Neste instante, em que escrevo tudo isto, meus olhos marejam e a garganta seca.
Tento gritar para que onde tu estás possas me ouvir.
Mas o grito é mudo.
E pouco isto importa, pois nem me queres mais ouvir. Eu sei.
Que eu me reconstruirei é fato. Embora eu não tenha a menor ideia de quanto tempo isso levará para acontecer.
Hoje só posso silenciar minha dor.
Tentar aceitar que tudo não passou de uma mera ilusão. Um oásis no deserto que é minha vida. Um miragem.
Juntar minhas esperanças perdidas e calar no peito este tão esperado amor.
Findou-se.
Abortado. Terminou sem nem sequer ter começado.
E nosso passos seguiram rumos distintos. Levando-nos cada vez mais longes um do outro.
Ah, meu desejado amor, tanto te quis, te quero e não pude tê-lo.
É hora de dizer adeus e seguir até a próxima esquina em que esbarrarei numa nova ilusão amorosa.
Farto de tão pesado fardo que o mundo me põe sobre as costas.
A ti eu só desejo amor.
Saiba amar, aprenda sobre o amor. Se deixe amar, sem medos, sem amarras, despudoradamente. Impunemente e só assim serás feliz.
Parto. Aproxima-se o outono de minha vida. Breve só me restará o gélido inverno de minha alma.
Viva tua primavera, colha muitas flores pelo caminho. Segue.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Regozijo
A coruja passou rascando por sobre o telhado. Era mais um sinal. Mais um no conjunto de todos os outros que já estavam à minha frente. Tu já havias abandonado diversas pistas no caminho. Eu me fiz de cego. Preferi. Fechei meus olhos para não ver o que já se anunciava. Era o prenúncio do fim. O que já esperávamos estava na iminência de se concretizar. Quando os fatos se tornaram reais eu não pude rejeitá-los. Era o precipício que se abria diante de mim. Era a beira do abismo. Mais uma vez eu me via parado, ali, olhando aquela garganta da Terra que se entrepunha no meu caminho. O que fazer? Mirar atrás era apenas o que restava. Os pés não conseguiam. Retroceder não era possível. Pausa. Naquele instante eu pensei em várias coisas. Mas uma reflexão específica me agarrou por alguns demorados segundos. Questionava-me sobre a importância dos espelhos, eu que nunca tivera muita afinidade com essa matéria reluzente. Pensei no que realmente se refletia naquelas placas. Eu, que pouquíssimas vezes me detive diante de um, sempre enxergava um vazio. Era, talvez, o buraco de minha alma que se mostrava ali, não sei. Quando voltei de meus devaneios, quando a realidade me invadiu novamente, senti que era a hora o passo final. Era chegado o momento em que abandonaria minha matéria em queda livre. Os instantes seguintes eu não sabia como seriam. Mesmo que não fosse aquela a primeira vez em que experienciava aquela espécie de morte. Eu pularia. Morreria. Transcenderia. E, um dia, quando todos já me houvessem esquecido eu ressurgiria. Antes pó, depois matéria, e indefinidamente este ciclo se repetiria até quando a alma realmente se despedisse do corpo. Aquele abismo, aquela morte, tudo era metafórico. Nada estava realmente posto naquele dia. Só uma coisa era real. A tua não-presença. Só a solidão era verdadeira. E por isso eu ansiava por me jogar de cabeça, ser engolido pela imensidão. Para mais tarde ser regurgitado do ventre da Terra. Para, enfim, numa noite quente de quase verão sentar-me em frente à escrivaninha, empunhar uma caneta e rabiscar estas linhas. Onde estás já não sei. E isto pouco importa. Depois de ti já vivi outros amores, já morri e renasci algumas dezenas de vezes. E é sempre tão purificador. É como interromper um gozo bem no meio. Assim, simples. É como encontrar Deus. Você vai, mas não há como contar. Guarda-se em segredo. Faz-se mistério. Tudo é silencioso e elo e grande e regozijante. A hóstia tocando a ponta da língua. O corpo de Jesus tomando o seu. Epifania. Vou, já é tarde para despedidas e arrependimentos. O coração precisa repousar. Os olhos estão cansados e secos. Já não há esperanças. A vida cessa.
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Há o instante do silêncio. É apenas o silêncio. Naquele momento as palavras não brotam. O que me resta? Não posso deixar de dizer. Uso assim as palavras de outrem. Porque já ditas há anos e não preciso repeti-las. Deus criou pares distantes no tempo e no espaço. É por isso que existem identificações. Leio-a e de imediato nossas vibrações se conectam. Uso-a para destravar aos borbotões tudo o que ficou em estado pré. Preso na garganta. Em momentos de inação há sempre quem te compreenda. Na perplexidade tudo é vaio. O choro não se materializa. Mantém-se submerso numa alma destroçada pela dor. Deus me dê coragem. Deus? Como se Ele está morto? Não há Deus. Há o instante cravado em que te escrevo. Se te interessares pela minha dor me lerás. Se não meus escritos permaneceram esquecidos. Apenas ostentando o seu verdadeiro título: subliteratura. O que eu quero, depois de um dia inteiro em que nada brotou de mim, além de um nó na garganta, é vomitar todos os sentimentos, em um jato quente e esverdeado. Expurgar todos os males, cuspir todos os demônios que habitam em mim. Não te peço. Já sei que não me atenderás. Economizo palavras. Pois elas me são muito caras. Não necessito de conforto. Já passei por estas mesmas estradas. Conheço o caminho. Sei aonde vai dar. Nada. No nada. Em nada. Levanto, levantarei mais uma vez. Sinto o perfume das rosas. Não são rosas. São flores de defunto. Moribundas flores que já chegam próximas de seu fim. Sou eu um cravo também? Talvez. Palavras que quase não saem hoje. É tarde. Uma hora da madrugada. O sono não vem. O corpo exausto não encontra repouso. Dói. Preciso estar inteiro pela manhã. Difícil. A ideia de um dia inteiro sem ti é ruim. Devo me acostumar. Daqui em diante será assim. Dias sucessivos sem tua presença. E Deus aonde se meteu? Nos sacrários das velhas igrejas deve estar escondido. Deus, mostre-me Teu rosto! Enfrente-me. Diga-me por que não eu? Se todos têm o mesmo direito. Por que eu não posso? Não sou tão Teu filho quanto todos os outros? Há que se viver muito ainda até que se encontre uma mínima resposta para tamanhas indagações. E já não me restam tantas forças como há alguns anos. Estou farto! Quero agora parar de te escrever e a mão não obedece aos comandos. Não, não falo em experiências místicas, espirituais. É impulso, pulsão humana de vida. De morte, sim, muito mais de morte. A que se aproxima. Vou me forçar a parar. Escrevi tanto e não te disse ainda o que eu desejava. E há a possibilidade de que nunca diga. Permanecerá guardada em segredo num dos velhos baús. Lá onde estão escondidas as minhas memórias todas. Se encontrares a chave certa e quiseres abre o menor de todos os baús, o de madeira vermelha e aquilo que quero te dizer saltará, como saindo do meu peito e ouvirás minha voz repetindo uma única frase.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Dança
Hoje sou nada.
Me tiraram a casa, a cama.
Sem chão.
O vazio é o meu lugar.
Dos piores roubos que sofri foi o teu o mais cruel.
Sem amor.
O frio me abraçou para sempre.
Peguei naquelas mãos gélidas e longas.
Dançamos um dança de volteios e rodopios.
Não sabia de fato, apenas intuía que aquela dança me conduzia ao fim.
Na morte.
E eu deixei-me guiar até o último instante.
Pouco me importava.
Já não era nada. Já não possuía nada.
Todos os meus investimentos foram fracassados.
Fui um total perdedor na vida, no jogo que é a vida.
Não, a vida não é sonho.
Paraísos não existem.
Apenas habitamos o caos cósmico do grande poder universal.
Exaurido de tudo rodava naquele salão.
Meu corpo era tomado por uma letargia.
E eu não opunha resistência.
Conformado fui.
Até o fundo. Até o fim.
Adeus...
Me tiraram a casa, a cama.
Sem chão.
O vazio é o meu lugar.
Dos piores roubos que sofri foi o teu o mais cruel.
Sem amor.
O frio me abraçou para sempre.
Peguei naquelas mãos gélidas e longas.
Dançamos um dança de volteios e rodopios.
Não sabia de fato, apenas intuía que aquela dança me conduzia ao fim.
Na morte.
E eu deixei-me guiar até o último instante.
Pouco me importava.
Já não era nada. Já não possuía nada.
Todos os meus investimentos foram fracassados.
Fui um total perdedor na vida, no jogo que é a vida.
Não, a vida não é sonho.
Paraísos não existem.
Apenas habitamos o caos cósmico do grande poder universal.
Exaurido de tudo rodava naquele salão.
Meu corpo era tomado por uma letargia.
E eu não opunha resistência.
Conformado fui.
Até o fundo. Até o fim.
Adeus...
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Emergência de um poema
Quando não há mais o que escrever a pena repousa sobre o papel branco.
E tudo cessa.
Não haverá mais versos de dor nem de amor.
Findou-se o impulso que regeu a mão.
Extinguiu-se a vontade.
A vida é uma emergência.
Não há mais tempo de deitar-se horas sobre letras.
Vive-se.
E, talvez, à frente surjam novos versos.
Novos poemas.
Por enquanto nos olhamos e nos amamos.
É o que devemos fazer.
Sem muitos temores, sem demasiadas teorizações.
Vivamos.
É o que está certo.
Amor.
E tudo cessa.
Não haverá mais versos de dor nem de amor.
Findou-se o impulso que regeu a mão.
Extinguiu-se a vontade.
A vida é uma emergência.
Não há mais tempo de deitar-se horas sobre letras.
Vive-se.
E, talvez, à frente surjam novos versos.
Novos poemas.
Por enquanto nos olhamos e nos amamos.
É o que devemos fazer.
Sem muitos temores, sem demasiadas teorizações.
Vivamos.
É o que está certo.
Amor.
sábado, 12 de setembro de 2015
Vida
Dentro de mim não mora um anjo.
Arde um fogo que incendeia meu coração.
E que eu exalo pelos poros do meu corpo.
Sangue quente e vermelho, brilhante.
Habitam em mim as paixões do mundo inteiro.
Neste pequeno e frágil habitat estão presentes as dores.
A vida que é pouca e que ainda resta.
Meus olhos são espelhos de tudo que há em mim.
Dentro de mim, talvez, também more um anjo.
Eros.
Pequenas asas brancas que alcançam alturas inimagináveis.
Há, sim, em mim o que há em todos os outros seres terrenos.
Pele, ossos, músculos e ânima.
Não, não sou ser etéreo e fantasmagórico.
Sou pó, de onde vi, para onde irei.
Terra.
Abro a boca para engolir o que ontem cuspi.
Busco retomar tudo que expurguei há tempos passados.
Eu vivo. É isso.
E tudo cessa, e isso me basta.
Vãos delírios de tardes quentes e simplórias.
Eu existo. Eu estou. Eu sou.
Presente. Balanço.
Gritos que ultrapassam as barreiras do som.
Sobem aos céus distantes.
Um, dois, três, sete.
Já não me pertencem e alegro-me porque eu não os quero presos em mim.
E cá estou.
Apenas tentando dar vazão aos meus desejos e instintos carnais animalescos.
Com urros de prazer e dor.
Adieu.
Arde um fogo que incendeia meu coração.
E que eu exalo pelos poros do meu corpo.
Sangue quente e vermelho, brilhante.
Habitam em mim as paixões do mundo inteiro.
Neste pequeno e frágil habitat estão presentes as dores.
A vida que é pouca e que ainda resta.
Meus olhos são espelhos de tudo que há em mim.
Dentro de mim, talvez, também more um anjo.
Eros.
Pequenas asas brancas que alcançam alturas inimagináveis.
Há, sim, em mim o que há em todos os outros seres terrenos.
Pele, ossos, músculos e ânima.
Não, não sou ser etéreo e fantasmagórico.
Sou pó, de onde vi, para onde irei.
Terra.
Abro a boca para engolir o que ontem cuspi.
Busco retomar tudo que expurguei há tempos passados.
Eu vivo. É isso.
E tudo cessa, e isso me basta.
Vãos delírios de tardes quentes e simplórias.
Eu existo. Eu estou. Eu sou.
Presente. Balanço.
Gritos que ultrapassam as barreiras do som.
Sobem aos céus distantes.
Um, dois, três, sete.
Já não me pertencem e alegro-me porque eu não os quero presos em mim.
E cá estou.
Apenas tentando dar vazão aos meus desejos e instintos carnais animalescos.
Com urros de prazer e dor.
Adieu.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Uns versos
Canções são trazidas pelos ventos dos sete lados do mundo.
Há versos que cortam.
Ferem a alma arredia e machucam o peito.
Há versos que embalam o sono e há os que velam os sonhos.
Em mim haverá sempre os que ecoarão por todo o tempo de mim, do meu ser.
Esses versos.
Alguns versos.
Uns tolos e simples.
Outros doces, porém profundos.
As canções que me fazem viajar para além de mim.
Para onde eu posso ser o que sonho e não o que sou.
Mas na vida, a real, eu também posso ser o que sonho. Não posso?
Minto, sozinho, para me iludir, que sim, posso.
Mas não, não, nunca poderei ser o que sonho.
O que sonho não cabe na vida, não se põe de pé.
Acalanto meus desejos com versos de outros.
Com outros versos que me dizem, que me gritam e silenciam os elementos.
Trazidos por uma voz, por vozes, por canções.
São bálsamos cheirosos que percorrem o meu frágil corpo terreno.
Aos poetas, minha gratidão.
Aos versos, minha alma.
Há versos que cortam.
Ferem a alma arredia e machucam o peito.
Há versos que embalam o sono e há os que velam os sonhos.
Em mim haverá sempre os que ecoarão por todo o tempo de mim, do meu ser.
Esses versos.
Alguns versos.
Uns tolos e simples.
Outros doces, porém profundos.
As canções que me fazem viajar para além de mim.
Para onde eu posso ser o que sonho e não o que sou.
Mas na vida, a real, eu também posso ser o que sonho. Não posso?
Minto, sozinho, para me iludir, que sim, posso.
Mas não, não, nunca poderei ser o que sonho.
O que sonho não cabe na vida, não se põe de pé.
Acalanto meus desejos com versos de outros.
Com outros versos que me dizem, que me gritam e silenciam os elementos.
Trazidos por uma voz, por vozes, por canções.
São bálsamos cheirosos que percorrem o meu frágil corpo terreno.
Aos poetas, minha gratidão.
Aos versos, minha alma.
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Quando dois corpos tornam-se uma única alma.
Através de música e amor.
O eterno se faz presente.
É o amor.
Tua voz me sai pelas pontas dos dedos.
Gestos cortantes e lindos que abrem as chagas no vento.
É de lá.
Veio de longe.
Das terras onde rios e mares se cruzam.
Massapê.
Terra roxa de cana-de-açúcar.
Negros, velhos, índios e nós.
Prateados cabelos como a luz da lua de meu interior.
O luar dos sertões.
Veredas quentes e verdes.
Faz-me teu.
E é o brilho do teu poder.
Ama-me, deita-me e contarás com minha devoção.
Faz-me sonhar com teu sorriso largo.
E te aplaudirei sempre.
Através de música e amor.
O eterno se faz presente.
É o amor.
Tua voz me sai pelas pontas dos dedos.
Gestos cortantes e lindos que abrem as chagas no vento.
É de lá.
Veio de longe.
Das terras onde rios e mares se cruzam.
Massapê.
Terra roxa de cana-de-açúcar.
Negros, velhos, índios e nós.
Prateados cabelos como a luz da lua de meu interior.
O luar dos sertões.
Veredas quentes e verdes.
Faz-me teu.
E é o brilho do teu poder.
Ama-me, deita-me e contarás com minha devoção.
Faz-me sonhar com teu sorriso largo.
E te aplaudirei sempre.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Teu
Abre-te, bate-me,
Beijemo-nos como ontem, para amanhã e sempre sentirmo-nos um nos lábios do outro.
E que nossos corações palpitem.
Línguas.
Quentes, vorazes.
Arranca-me de meu quieto lugar.
Leva-me ao teu encontro.
Voando.
Arrasta-me ao teu peito.
Faz-me ouvir teus clamores de amores.
De um amor que nunca desaparecerá.
Que jamais perecerá.
Teu sorriso me derruba.
Os pequenos olhinhos comprimidos pelos músculos faciais que te fazem irradiar uma luz resplandecente.
Meu amor.
Que nunca me pertenceu.
Meu amor.
Chegaremos ao topo do alto monte e de lá pularemos no abismo.
O abismo que nos levará à queda livre que é o amor.
Meu amor.
Nosso amor.
Teu.
Beijemo-nos como ontem, para amanhã e sempre sentirmo-nos um nos lábios do outro.
E que nossos corações palpitem.
Línguas.
Quentes, vorazes.
Arranca-me de meu quieto lugar.
Leva-me ao teu encontro.
Voando.
Arrasta-me ao teu peito.
Faz-me ouvir teus clamores de amores.
De um amor que nunca desaparecerá.
Que jamais perecerá.
Teu sorriso me derruba.
Os pequenos olhinhos comprimidos pelos músculos faciais que te fazem irradiar uma luz resplandecente.
Meu amor.
Que nunca me pertenceu.
Meu amor.
Chegaremos ao topo do alto monte e de lá pularemos no abismo.
O abismo que nos levará à queda livre que é o amor.
Meu amor.
Nosso amor.
Teu.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Amor de carnaval (e sempre)
Eu e você estamos conectados pelo amor.
O amor.
A música.
Você me ensina, eu te escuto.
Ouvimos numa noite fria, na cidade da garoa, aquela voz.
A voz.
Os sentimentos que habitam em nossos corações.
Éramos jovens e não sabíamos que o nosso amor trancenderia o simples amor carnal.
Irmanados, como vindos de outras longínquas vidas.
Tu e eu.
O amor.
Somos assim, corações vagabundos que vagueiam num mundo de frevos, versos e reversos.
Caetanos, Erasmos, Robertos, Gilbertos e Joões.
Desafinados com a vida medíocre de meros mortais.
Sambas, chulas, recôncavos de pratos riscados na faca.
Pretos, nas vísceras que preenchem nossos corpos.
Somos amor, olhos nos olhos de lágrimas e sorrisos.
Somos místicos e carnais.
Mil e um carnavais.
Subindo e descendo atrás de blocos, de verde-e-rosas que nos levam além, de além de sempre.
Morenos de sol.
Me ama.
Que eu seguirei te amando até o fim.
O amor.
A música.
Você me ensina, eu te escuto.
Ouvimos numa noite fria, na cidade da garoa, aquela voz.
A voz.
Os sentimentos que habitam em nossos corações.
Éramos jovens e não sabíamos que o nosso amor trancenderia o simples amor carnal.
Irmanados, como vindos de outras longínquas vidas.
Tu e eu.
O amor.
Somos assim, corações vagabundos que vagueiam num mundo de frevos, versos e reversos.
Caetanos, Erasmos, Robertos, Gilbertos e Joões.
Desafinados com a vida medíocre de meros mortais.
Sambas, chulas, recôncavos de pratos riscados na faca.
Pretos, nas vísceras que preenchem nossos corpos.
Somos amor, olhos nos olhos de lágrimas e sorrisos.
Somos místicos e carnais.
Mil e um carnavais.
Subindo e descendo atrás de blocos, de verde-e-rosas que nos levam além, de além de sempre.
Morenos de sol.
Me ama.
Que eu seguirei te amando até o fim.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Vermelho sangue
Ao som de "Maldição" - Drama - 1972 - Maria Bethânia
Essa mania de querer ser profundo ainda será a causa de minha extinção da face da terra.
O vício de tentar viver as histórias das letras de canções.
O sambas-doloridos-canção, dores de cotovelos alheias e minhas.
Entrelaçando meus temores e solidão às velhas músicas de feridas abertas.
De sangue escorrendo nos peitos de amantes.
Quase esquecida cantiga de Celestino.
O coração palpitante no chão empoeirado.
E não consegui mudar.
A intensidade trágica grega que me galopa nas veias.
Injetando seu veneno corrosivo em minh'alma.
Sangue quente.
Dores que expurgo como hemoptise nos versos escritos no papel.
Tinta vermelha borrando a superfície branca com os meus sentimentos.
O último bolero.
Elevo-mo
Cabeça erguida, não me lembro.
Sei.
Um dia eu fui.
Já não sou mais.
E que cheguem os dias em que todos também não o serão.
Noites de um vento morno.
Abismo, escuro e os olhos postos no velho livro de páginas amareladas.
Marcas que o tempo deixou naquela história de amor impressa em páginas pequenas e numerosas.
As idas e vindas de um casal apaixonado.
Farto! Sim, estou.
E que tudo o mais seja cinza, sobras das brasas que um dia arderam.
Queimaram.
O fogo extinto.
A casa aberta, as janelas azuis e as paredes brancas, caiadas.
Vento que adentra pelos corredores longos e silenciosos.
Era uma vez, eram muitas vezes, que sentado eu lia sob a luz tremulante de uma vela.
Os uivos que habitavam ao redor daquele lar, já não se ouvem mais.
Tudo é calmo e tranquilo.
Como o meu pequeno coração.
As mãos antes quentes, hoje frias, geladas.
O corpo pétreo, na mesma posição de outrora.
Livros empoeirados caem das estantes.
Só.
Nada mais, não sou mais.
Fostes.
As aranhas dominam a casa.
Tecem suas redes, finíssimas, por todos os cômodos.
Até os raios de sol da manhã tem preguiça de penetrar pelos vidros das janelas.
E aquelas paredes conservam umidades e lembranças de épocas antigas.
Deixem tudo quieto.
Toquem um bolero e tudo se resolverá.
Isso basta.
Até.
Cabeça erguida, não me lembro.
Sei.
Um dia eu fui.
Já não sou mais.
E que cheguem os dias em que todos também não o serão.
Noites de um vento morno.
Abismo, escuro e os olhos postos no velho livro de páginas amareladas.
Marcas que o tempo deixou naquela história de amor impressa em páginas pequenas e numerosas.
As idas e vindas de um casal apaixonado.
Farto! Sim, estou.
E que tudo o mais seja cinza, sobras das brasas que um dia arderam.
Queimaram.
O fogo extinto.
A casa aberta, as janelas azuis e as paredes brancas, caiadas.
Vento que adentra pelos corredores longos e silenciosos.
Era uma vez, eram muitas vezes, que sentado eu lia sob a luz tremulante de uma vela.
Os uivos que habitavam ao redor daquele lar, já não se ouvem mais.
Tudo é calmo e tranquilo.
Como o meu pequeno coração.
As mãos antes quentes, hoje frias, geladas.
O corpo pétreo, na mesma posição de outrora.
Livros empoeirados caem das estantes.
Só.
Nada mais, não sou mais.
Fostes.
As aranhas dominam a casa.
Tecem suas redes, finíssimas, por todos os cômodos.
Até os raios de sol da manhã tem preguiça de penetrar pelos vidros das janelas.
E aquelas paredes conservam umidades e lembranças de épocas antigas.
Deixem tudo quieto.
Toquem um bolero e tudo se resolverá.
Isso basta.
Até.
Assinar:
Postagens (Atom)