2007. Custou, mas eis que acaba.
E renovam-se as perspectivas para o próximo ano.
Fazendo uma retrospectiva do ano que termina, vemos uma grande movimentação nos primeiros seis meses. E um enorme marasmo nos seguintes.
O que levo de positivo do ano?
Uma maturidade maior, que já vem se desenvolvendo desde de 2006, tanto no meu ofício como na vida real.
Que apesar de doer algumas separações são necessárias.
Que não devemos guardar sempre a primeira impressão das pessoas.
Que os verdadeiros amores duram mesmo até à distância.
Que devemos estar sempre abertos a novas experiências em todos os campos da vida.
Que nem tudo que parece eterno o é realmente.
O ano teve muitos fatos bons.
Janeiro chega soprando ótimos ventos. Uma nova vida acadêmica, um sonho, o curso desejado, uma universidade federal. Uma conquista.
Fevereiro segue o mesmo sopro, trabalho – o primeiro profissional fora do ninho –, grandes companheiros de labuta, carnaval, o meu C-A-R-N-A-V-A-L, Bethânia e Gal em praça pública, além de Ney, Gil, Elba, Alceu, Maria Rita, Vanessa, Melodia, Fafá... Inesquecíveis momentos.
Março vem com muito trabalho, montagem de cenário, espetáculo, ensaios, sextas-feiras muito agradáveis, estréia. Novo show de Bethânia.
Abril vem com a temporada, muito mais trabalho. Realização profissional. Sentimento de pulsação. Show de Gal.
Maio vem com o início da universidade. Reencontros magníficos. E encontros novos e satisfatórios.
Junho segue com trabalho e estudo.
Julho vem com festival, viagens... Novo elenco. Novos ventos.
Agosto vem tranqüilo, sem grandes aperreios, com uma formação SOLTA, comendo-respirando-vivendo Nelson, novos projetos, perspectivas de trabalho.
Setembro, outubro... Sem grande movimento, muito trabalho, leituras.
Novembro. Fecha-se um ciclo, inicia-se outro, 20 anos. Festival, movimento.
Dezembro vem com idéias para o ano seguinte. Animado, festas, saídas. Pensamentos livres, renovação espiritual.
Em 2007 levantou-se uma quarta parede e ruiu muito mais rápido do que foi levantada. Mas Os Soltos chegam com força, garra, energia e gás. Abençoados por Dioniso, Nelson e Iansã, prometendo sucesso, sendo comentado antes de algo concreto. Almas solitárias que se uniram em favor de uma única causa: TEATRO. Assim nascemos.
As paixões existiram, porém perdendo força, sem muitas novidades, aconteceu o que se pode chamar de “repaixão”, ou apenas uma recaída. E toda queda requer que nos levantemos e sigamos. Queria não mais amar.
Como não amar é não viver, me deixem amando.
Sei que suprimi muitos fatos nesta retrospectiva. Ou nessa perspectiva para 2008.
Seria cansativo e insuportável escrever um texto contando um ano minuciosamente, seria assim um livro.
Passo aqui livremente pelo meu ano. Contando o que marcou. O que me recordo.
O que achei importante.
Que 2008, o ano 1 venha como um ano vermelho de renovação.
Que nos encha de trabalho e amor.
Não nos deixe de mentes vazias e desocupadas.
Que nossos palcos estejam sempre iluminados e nossas platéias cheias.
Merda a todos nós!
Amém a todos nós!
Êparrei a todos nós!
Que Iansã e Dioniso nos guiem neste e em todos os outros anos.
Pessoas Que Marcaram em 2007:
Dete, uma verdadeira mãe, um amor de pessoa.
Dulce, vivemos nos amando e odiando ao mesmo tempo. Dulcinéa de Toboso.
Emmanuel, uma grande exemplo de superação da dor e profissionalismo. Parabéns.
Helena, uma grande amiga pra todas as horas. Salve Hoffmann!
Nely, de ontem, hoje e sempre. Minha outra parte.
Paloma, um amor, figura inigualável.
Regina, um reencontro maduro e feliz. Toquemos nossos projetos.
Sofia, um “reencontro” de outra vida. Minha Bethânia/Vanessa personificada.
diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa
domingo, 30 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Ato de Amores.
Quem éramos nós?
Vagantes moribundos.
Orbitávamos no mundo.
Os ventos cênicos nos sopraram.
Unimo-nos. Formamos uma célula única.
Que, como bem sabemos, se divide, de reagrupa.
Somos parte de um mesmo organismo vivo.
E vivo estamos, hoje, depois de juntos água, terra, fogo e ar.
Elementos em amálgama.
Barcos que rumam ao horizonte.
Repleto de luzes brandas e palcos infinitos.
Atrás de cortinas rubras.
Tablados que nos comportem.
Felizes e Tristes aos mesmo tempo.
Tragicômicos. Gregos e Urbanos.
Montéquios e Capulletos.
Estados Unidos e União Soviética.
Judeus e Hitlerianos.
Dia e noite.
Simplesmente juntos.
De mãos dadas.
Caminhando na estrada dos tijolos amarelos.
O caminho das artes.
Fingindo, esse é o nosso ofício.
Mentir aos povos. Fazê-los crêr no que contamos.
Ou cantamos, ou apenas dizemos.
Dando vida à corpos inertes.
Fazendo as palavras grafadas há séculos pulsarem no papel.
Tomarem formas sonoras e chegarem aos ouvidos alheios.
Não nos cansemos. A jornada está só começando.
Juntos sigamos até o fim.
Quando de canudo nas mãos possamos mostrar ao mundo a que viemos.
Brincar de brincar de ser artista.
E sê-lo tão sério como nos convém.
Como deve e deverá ser sempre.
Simples e claros.
Atores.
E não só isso. Mas tudo que possa-se agregar ao termo.
Cênicos profissionais.
Mandantes da arte teatral.
Senhores absolutos dos afazeres.
Capacitados seres de artes.
Ato de amores.
Amadores dos Atos.
E sentir a ânsia costumeira ao abrir as cortinas.
E entrar dominando todas as platéias.
Até o momento do último suspiro das personagens.
Ao ouvir os merecidos aplausos.
Que toquem as batidas Molière.
Estaremos prontos.
Merda!
Vagantes moribundos.
Orbitávamos no mundo.
Os ventos cênicos nos sopraram.
Unimo-nos. Formamos uma célula única.
Que, como bem sabemos, se divide, de reagrupa.
Somos parte de um mesmo organismo vivo.
E vivo estamos, hoje, depois de juntos água, terra, fogo e ar.
Elementos em amálgama.
Barcos que rumam ao horizonte.
Repleto de luzes brandas e palcos infinitos.
Atrás de cortinas rubras.
Tablados que nos comportem.
Felizes e Tristes aos mesmo tempo.
Tragicômicos. Gregos e Urbanos.
Montéquios e Capulletos.
Estados Unidos e União Soviética.
Judeus e Hitlerianos.
Dia e noite.
Simplesmente juntos.
De mãos dadas.
Caminhando na estrada dos tijolos amarelos.
O caminho das artes.
Fingindo, esse é o nosso ofício.
Mentir aos povos. Fazê-los crêr no que contamos.
Ou cantamos, ou apenas dizemos.
Dando vida à corpos inertes.
Fazendo as palavras grafadas há séculos pulsarem no papel.
Tomarem formas sonoras e chegarem aos ouvidos alheios.
Não nos cansemos. A jornada está só começando.
Juntos sigamos até o fim.
Quando de canudo nas mãos possamos mostrar ao mundo a que viemos.
Brincar de brincar de ser artista.
E sê-lo tão sério como nos convém.
Como deve e deverá ser sempre.
Simples e claros.
Atores.
E não só isso. Mas tudo que possa-se agregar ao termo.
Cênicos profissionais.
Mandantes da arte teatral.
Senhores absolutos dos afazeres.
Capacitados seres de artes.
Ato de amores.
Amadores dos Atos.
E sentir a ânsia costumeira ao abrir as cortinas.
E entrar dominando todas as platéias.
Até o momento do último suspiro das personagens.
Ao ouvir os merecidos aplausos.
Que toquem as batidas Molière.
Estaremos prontos.
Merda!
Quase Ultimatum.
O caos urbano me toma.
Os motores estão arrancando eternamente.
O calor infernal absorve meus líquidos.
Eu tento não entrar na paranóia da cidade.
Impossível. A sociedade neo-liberal capitalista no corrói.
Não faço apologias a uma nem outra forma de governo.
Sou apartidário. Nem direita, nem esquerda.
Sou livre. E como cidadão livre não admito qualquer regra.
Não permito que me rotulem. Sou absolutamente impune.
Quero fazer o que tiver vontade. Apenas viver.
Sem ter quer responder a nada, ninguém.
Transpassar a vida e não restar mais que cinzas.
No momento em que deixá-la.
Penso como os grandes criadores do mundo.
O filósofos da arte. Minha obrigação única no mundo é ser artista.
Viver de arte, comer, respirar, sonhar de, com, para arte.
Ser uma alma diferente dos simples mortais.
Não por ser superior. Apenas por ser artista.
Por estar mais perto das forças ocultas superiores.
Por não temer a morte. Por ser um ser de ação.
Não estar passivo aos desmandos dos mundos.
Vão para suas casas mandar nos seus subordinados.
Em mim niguém manda. Faço o que tenho que fazer.
Nada a mais. Nem tampouco a menos.
P.S.: À memória de Fernando (Genial) Pessoa e seus Eus.
Os motores estão arrancando eternamente.
O calor infernal absorve meus líquidos.
Eu tento não entrar na paranóia da cidade.
Impossível. A sociedade neo-liberal capitalista no corrói.
Não faço apologias a uma nem outra forma de governo.
Sou apartidário. Nem direita, nem esquerda.
Sou livre. E como cidadão livre não admito qualquer regra.
Não permito que me rotulem. Sou absolutamente impune.
Quero fazer o que tiver vontade. Apenas viver.
Sem ter quer responder a nada, ninguém.
Transpassar a vida e não restar mais que cinzas.
No momento em que deixá-la.
Penso como os grandes criadores do mundo.
O filósofos da arte. Minha obrigação única no mundo é ser artista.
Viver de arte, comer, respirar, sonhar de, com, para arte.
Ser uma alma diferente dos simples mortais.
Não por ser superior. Apenas por ser artista.
Por estar mais perto das forças ocultas superiores.
Por não temer a morte. Por ser um ser de ação.
Não estar passivo aos desmandos dos mundos.
Vão para suas casas mandar nos seus subordinados.
Em mim niguém manda. Faço o que tenho que fazer.
Nada a mais. Nem tampouco a menos.
P.S.: À memória de Fernando (Genial) Pessoa e seus Eus.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Fim de Ano.
Os dias não passam. O ano não acaba!
Por que querer que o ano acabe? Se nada vai mudar.
Apenas passa-se um mês, não há uma drástica mudanças de comportamento, de tempo, de nada. Tudo permanece imutável. As minhas dores serão, sempre, as mesmas, quer queira ou não.
Vocês que me vêem assim normal não imaginam o que passa no meu interior. Minhas carnes tremem de ódio. O meu coração está dilacerado de dor. A minha alma está fria.
E eu continuo o mesmo.
O tempo virá aplacar minha dor.
Mas não apenas a mudança de um ano para outro. Um tempo muito maior.
Talvez séculos, talvez só em novas vidas que eu venha a viver eu consiga parar de me doer.
Talvez nunca minhas carnes cicatrizem.
Pois ao findar uma desilusão aparece outra.
E assim a vida segue.
Por que querer que o ano acabe? Se nada vai mudar.
Apenas passa-se um mês, não há uma drástica mudanças de comportamento, de tempo, de nada. Tudo permanece imutável. As minhas dores serão, sempre, as mesmas, quer queira ou não.
Vocês que me vêem assim normal não imaginam o que passa no meu interior. Minhas carnes tremem de ódio. O meu coração está dilacerado de dor. A minha alma está fria.
E eu continuo o mesmo.
O tempo virá aplacar minha dor.
Mas não apenas a mudança de um ano para outro. Um tempo muito maior.
Talvez séculos, talvez só em novas vidas que eu venha a viver eu consiga parar de me doer.
Talvez nunca minhas carnes cicatrizem.
Pois ao findar uma desilusão aparece outra.
E assim a vida segue.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Uma Manhã Não Dormida.
Sinto novas pulsações para escrever.
Prometo não me alongar tanto quanto antes.
Dormi mal aquela noite. Tive pesadelos horrendos.
Suei muito na cama. Saí dela e fui para o sofá, que por ser pequeno quebrou-me a coluna.
Não sei por que não consegui chegar ao terceiro estágio do sono, o profundo.
Meu corpo queimava no colchão.
Tive pensamentos tropicais. Praia, mar. E o tempo estava gélido, quase glacial. Meu papagaio gritou a noite inteira. Ajudando ao meu não conseguir dormir.
Tomei calmantes, barbitúricos, sedativos. Nada me apagou. Não consegui aforgar-me em mim mesmo.
Não sonhei quase nada. Pesadelos. O sol tostava-me pelas frestas das janelas. E o tempo esquentava. Não queria olhar o dia pela janela do quarto. Tinha medo de ver a cidade correndo sem parar.
As buzinas tomavam uma proporção absurda aos meus sensíveis ouvidos.
Minha cabeça parecia conter uma bomba-relógio, pronta a explodir a qualquer momento. Quando menos se esperasse. E o relógio corria como louco.
E nada de sono. Apenas uma leve sonolência. Que não conseguia me derrubar.
O orvalho da manhã banhava as plantas. Bah! Quanta baboseira poética.
Vão às favas com poesia. Cansei das letras.
Tudo que se escreve deve antes ser vivido. Não apenas grafado.
Bocas devem antes murmurar as aleatórias letras. Não as mãos escrevê-las.
E lá vou me estendendo além do desejado.
Por que tudo brota? Não sei a razão.
Apenas obedeço impulsos.
Como o coração nos põe vivos.
Inconscientemente.
Prometo não me alongar tanto quanto antes.
Dormi mal aquela noite. Tive pesadelos horrendos.
Suei muito na cama. Saí dela e fui para o sofá, que por ser pequeno quebrou-me a coluna.
Não sei por que não consegui chegar ao terceiro estágio do sono, o profundo.
Meu corpo queimava no colchão.
Tive pensamentos tropicais. Praia, mar. E o tempo estava gélido, quase glacial. Meu papagaio gritou a noite inteira. Ajudando ao meu não conseguir dormir.
Tomei calmantes, barbitúricos, sedativos. Nada me apagou. Não consegui aforgar-me em mim mesmo.
Não sonhei quase nada. Pesadelos. O sol tostava-me pelas frestas das janelas. E o tempo esquentava. Não queria olhar o dia pela janela do quarto. Tinha medo de ver a cidade correndo sem parar.
As buzinas tomavam uma proporção absurda aos meus sensíveis ouvidos.
Minha cabeça parecia conter uma bomba-relógio, pronta a explodir a qualquer momento. Quando menos se esperasse. E o relógio corria como louco.
E nada de sono. Apenas uma leve sonolência. Que não conseguia me derrubar.
O orvalho da manhã banhava as plantas. Bah! Quanta baboseira poética.
Vão às favas com poesia. Cansei das letras.
Tudo que se escreve deve antes ser vivido. Não apenas grafado.
Bocas devem antes murmurar as aleatórias letras. Não as mãos escrevê-las.
E lá vou me estendendo além do desejado.
Por que tudo brota? Não sei a razão.
Apenas obedeço impulsos.
Como o coração nos põe vivos.
Inconscientemente.
Diário de Uma Madrugada.
Preciso escrever. São quatro horas da manhã.
Vejo a janela, a cidade toda acesa aos meus pés.
Tenho vontade de correr por entre os prédios. Talvez conseguisse.
Se meus pés me obedecessem. Não tenho controle sobre meu corpo.
Nem tão pouco sobre minhas mãos. Que digitam rapidamente.
Letras aleatórias que vão formando palavras que meus lábios não conseguem dizer.
Apenas graficamente representá-las no papel. Que papel? Se escrevo num computador.
Rendendo-me à tecnologia que afoga o mundo capitalista do século XXI.
Preciso escrever, cada vez mais, mais rápido, mais desordenamente.
Textos, peças, poemas, poesias, rabiscos. Tudo que contiver palavras.
Quero expressar todo o meu complexo ser. Complicado viver. Eternamente confusa mente.
Eternamente absorto no meu mundo interior. Não sei se autista. Ou artista. Eu apalermado.
Inconscientemente escritor. Conscientemente nada. Fragmento externo de uma célula interna.
Constituinte de uma geração alienada. Vertente diferente para mim busquei. Talvez superior.
Não sei! Talvez inferior. Também não o posso dizer. Apenas realizante para meu ser interior.
Inteiramente entregue ao difícil ofício de representar. Não só na dita vida real. Mas também nas vidas ilusórias as quais a profissão me permite. Sonhar hoje, dormir amanhã, ser o presente.
O momento existente entre o abrir e o fechar das vermelhas cortinas dos meus diversos palcos.
Luzes brandas ao fim, aplausos calorososo, mesmo que de um único assistente. Personalidades que me ensinam a como viver, e também como não se viver. Apenas estão lá mortas, esperando uma alma que as faça viver. Personas que visto como uma mão calça uma luva. Parcelas de vidas que adquiro e somo à minha vida. Vidas que trago arraigadas em mim.
São quase quatro e meia da manhã. A luz vai subindo, a lua vai perdendo seu brilho e fulgor.
A cidade vai se apagando, recebendo aos primeiros raios da manhã. Eu ainda estou assim. Estático, escrevendo em frente ao computador. Penso em não mais viver.
Tive pensamentos nefastos. Pensei em findar com tudo.
Não o fiz. Parei, pensei, como sempre, em quem me rodeia. Não tive coragem.
Por que minah vida é tão cheia de negações? Senti um frio me tomar. Ao vento da manhã.
Vem chegando o dia, meu maior inimigo vai reinar impunemente no céu.
A lua perde seu posto, cai no ostracismo até a hora do vilão se retirar do firmamento.
Trocas diárias. Que me enervam. Só durmo de dia, pois tenho medo do escuro.
E como não tenho nenhum braço pra me confortar não durmo a noite.
Minha cama é muito grande. Meu corpo se perde, como uma agulha no palheiro.
Imerso em sonhos que nunca se tornam reais tento dormir.
A janela ao meu lado parece se mexer. Tive um sobressalto. Suspirei.
Vi mais uma dúzia de janelas se apagarem. Estrelas sumirem.
Alvas aves gorjeiam. Irritantemente.
Buzinas e ronco de motores vão se fazendo ouvir.
E eu não penso em parar de escrever. Meu interno quer saltar corpo a fora.
Tento conter todos os meus impulsos criativos.
Vontade de gritar, correr entre as ruas agitadas da cidade, bater nas pareder.
Quebrar vidros, espelhos, rasgar cartas, queimar fotos. Destruir livros.
Remexer nos baús antigos e fazer extinguir-se todo e qualquer vertígio do passado.
Seja ele remoto ou não. O ontem já devia ter-se apagado de mim.
E tudo fica pregado na minha pele como uma tatuagem indesejada.
Vontade de beijar os tijolos que me sustentam. Arquétipos de um protótipo de ser humano.
Não tão humano, desejos e sentimentos animalescos. Atitudes comedidas.
Desmedidas idéias. Apenas idéias. Ações discretas. Chamativas afirmativas.
Minha cabeça roda. Tenho fobias inexplicáveis. Tenho horror a tudo que faça medo.
Tive, um tempo, medo do amor. Acho que ainda tenho. Me entrego, jogando a vida toda pro alto.
E perco tudo, tudo se quebra ao voltar ao solo. Até eu me quebro. Fico desregrado. Desmedido. Irreal, surreal. Neoliberal, socialista, marxista, neoclássico. Toda e qualquer qualificação político-social-artística. Nada e tudo ao mesmo tempo. A voz que é a fricção entre o tudo e o nada.
O ser e o não ser. Yin e Yang. Jeans e camiseta. Aos gritos de "Pega, Mata e Come". Onde queres algo sou totalmente diferente. Sou igual a você, eu nasci pra você. Sou Pessoa na Bahia. Sou Lispector na Rosa-dos-Ventos. 1971, eu nem pensava em ser vivente. E ela brilhava livremente. Com censura, e ela lá. De negro. E viva. Gritando pela liberdade. O que a deixa feliz. O que nos deixa feliz. Somos filhos de Iansã. Rainha dos Ventos, Raios e Tempestades. Tempestuodo Orixá. Filhos seus são rascantes. Marcantes. Lancinantes.
São seis da manhã. O medo me toma por completo. Tenho que parar de escrever. Desligar o computador. Deletar o texto. Não guardar nada dessa infernal madrugada. Indo me esconder do dia que brilha livremente na cidade. E me aflige. Paro agora, pois não devo continuar. Pelo menos agora.
Vejo a janela, a cidade toda acesa aos meus pés.
Tenho vontade de correr por entre os prédios. Talvez conseguisse.
Se meus pés me obedecessem. Não tenho controle sobre meu corpo.
Nem tão pouco sobre minhas mãos. Que digitam rapidamente.
Letras aleatórias que vão formando palavras que meus lábios não conseguem dizer.
Apenas graficamente representá-las no papel. Que papel? Se escrevo num computador.
Rendendo-me à tecnologia que afoga o mundo capitalista do século XXI.
Preciso escrever, cada vez mais, mais rápido, mais desordenamente.
Textos, peças, poemas, poesias, rabiscos. Tudo que contiver palavras.
Quero expressar todo o meu complexo ser. Complicado viver. Eternamente confusa mente.
Eternamente absorto no meu mundo interior. Não sei se autista. Ou artista. Eu apalermado.
Inconscientemente escritor. Conscientemente nada. Fragmento externo de uma célula interna.
Constituinte de uma geração alienada. Vertente diferente para mim busquei. Talvez superior.
Não sei! Talvez inferior. Também não o posso dizer. Apenas realizante para meu ser interior.
Inteiramente entregue ao difícil ofício de representar. Não só na dita vida real. Mas também nas vidas ilusórias as quais a profissão me permite. Sonhar hoje, dormir amanhã, ser o presente.
O momento existente entre o abrir e o fechar das vermelhas cortinas dos meus diversos palcos.
Luzes brandas ao fim, aplausos calorososo, mesmo que de um único assistente. Personalidades que me ensinam a como viver, e também como não se viver. Apenas estão lá mortas, esperando uma alma que as faça viver. Personas que visto como uma mão calça uma luva. Parcelas de vidas que adquiro e somo à minha vida. Vidas que trago arraigadas em mim.
São quase quatro e meia da manhã. A luz vai subindo, a lua vai perdendo seu brilho e fulgor.
A cidade vai se apagando, recebendo aos primeiros raios da manhã. Eu ainda estou assim. Estático, escrevendo em frente ao computador. Penso em não mais viver.
Tive pensamentos nefastos. Pensei em findar com tudo.
Não o fiz. Parei, pensei, como sempre, em quem me rodeia. Não tive coragem.
Por que minah vida é tão cheia de negações? Senti um frio me tomar. Ao vento da manhã.
Vem chegando o dia, meu maior inimigo vai reinar impunemente no céu.
A lua perde seu posto, cai no ostracismo até a hora do vilão se retirar do firmamento.
Trocas diárias. Que me enervam. Só durmo de dia, pois tenho medo do escuro.
E como não tenho nenhum braço pra me confortar não durmo a noite.
Minha cama é muito grande. Meu corpo se perde, como uma agulha no palheiro.
Imerso em sonhos que nunca se tornam reais tento dormir.
A janela ao meu lado parece se mexer. Tive um sobressalto. Suspirei.
Vi mais uma dúzia de janelas se apagarem. Estrelas sumirem.
Alvas aves gorjeiam. Irritantemente.
Buzinas e ronco de motores vão se fazendo ouvir.
E eu não penso em parar de escrever. Meu interno quer saltar corpo a fora.
Tento conter todos os meus impulsos criativos.
Vontade de gritar, correr entre as ruas agitadas da cidade, bater nas pareder.
Quebrar vidros, espelhos, rasgar cartas, queimar fotos. Destruir livros.
Remexer nos baús antigos e fazer extinguir-se todo e qualquer vertígio do passado.
Seja ele remoto ou não. O ontem já devia ter-se apagado de mim.
E tudo fica pregado na minha pele como uma tatuagem indesejada.
Vontade de beijar os tijolos que me sustentam. Arquétipos de um protótipo de ser humano.
Não tão humano, desejos e sentimentos animalescos. Atitudes comedidas.
Desmedidas idéias. Apenas idéias. Ações discretas. Chamativas afirmativas.
Minha cabeça roda. Tenho fobias inexplicáveis. Tenho horror a tudo que faça medo.
Tive, um tempo, medo do amor. Acho que ainda tenho. Me entrego, jogando a vida toda pro alto.
E perco tudo, tudo se quebra ao voltar ao solo. Até eu me quebro. Fico desregrado. Desmedido. Irreal, surreal. Neoliberal, socialista, marxista, neoclássico. Toda e qualquer qualificação político-social-artística. Nada e tudo ao mesmo tempo. A voz que é a fricção entre o tudo e o nada.
O ser e o não ser. Yin e Yang. Jeans e camiseta. Aos gritos de "Pega, Mata e Come". Onde queres algo sou totalmente diferente. Sou igual a você, eu nasci pra você. Sou Pessoa na Bahia. Sou Lispector na Rosa-dos-Ventos. 1971, eu nem pensava em ser vivente. E ela brilhava livremente. Com censura, e ela lá. De negro. E viva. Gritando pela liberdade. O que a deixa feliz. O que nos deixa feliz. Somos filhos de Iansã. Rainha dos Ventos, Raios e Tempestades. Tempestuodo Orixá. Filhos seus são rascantes. Marcantes. Lancinantes.
São seis da manhã. O medo me toma por completo. Tenho que parar de escrever. Desligar o computador. Deletar o texto. Não guardar nada dessa infernal madrugada. Indo me esconder do dia que brilha livremente na cidade. E me aflige. Paro agora, pois não devo continuar. Pelo menos agora.
Satisfação
Que tal espírito me toma?
Que força magnética exerces sobre mim?
Que olhos me perfuram a alma?
Por que me fazes te amar?
Quisera porder odiar-te.
Afasta-te de mim.
Não só hoje, mas sempre.
Vai-te para longe.
Passa como os ventos.
Deixa tua marca.
Já que impossível seria.
Retirar as chagas que fizestes em mim.
Abristes meu corpo ao meio.
Escarnando-me total.
Absolutamente entregue a ti.
Fizestes de mim teu escravo.
Apenas ao teu olhar tremo.
Palpita-me o coração ao menor rumor teu.
Teu cheiro me enoja. Não me excita mais.
Teu corpo é horrendo aos meus olhos.
Não és mais tão bela quanto antes.
Pois não te consigo odiar.
Tento imaginar-te diferente.
Não obtenho sucesso.
Quero livrar-me de ti eternamente.
Desejo ardentemente teu fim.
E não mais tu junto a mim.
Não! Não, minhas palavras estão loucas.
Não sei mais o que digo.
A desilusão nos faz enlouquecer.
Tudo é mentira.
Tu bem sabes.
Quero-te cada dia mais.
Cada segundo sem ver-te é um século.
Teu cheiro sinto ainda em mim.
Tu que nunca estivestes corpo a corpo comigo.
Minha amiga. Qual o quê?
Quero-te mulher.
Minha, só minha.
E de mais nenhum outro par de olhos flamejantes de desejo.
Meu sentir estar-se esvaindo.
Meu corpo não resiste mais as dores.
Entranhas estão em brasa.
Ardendo por ti, para ti.
E tu finges não saber.
Regojizates ao me ver assim.
Vibras com meu penar.
E eu te amo tanto.
Eu te amo...
Que força magnética exerces sobre mim?
Que olhos me perfuram a alma?
Por que me fazes te amar?
Quisera porder odiar-te.
Afasta-te de mim.
Não só hoje, mas sempre.
Vai-te para longe.
Passa como os ventos.
Deixa tua marca.
Já que impossível seria.
Retirar as chagas que fizestes em mim.
Abristes meu corpo ao meio.
Escarnando-me total.
Absolutamente entregue a ti.
Fizestes de mim teu escravo.
Apenas ao teu olhar tremo.
Palpita-me o coração ao menor rumor teu.
Teu cheiro me enoja. Não me excita mais.
Teu corpo é horrendo aos meus olhos.
Não és mais tão bela quanto antes.
Pois não te consigo odiar.
Tento imaginar-te diferente.
Não obtenho sucesso.
Quero livrar-me de ti eternamente.
Desejo ardentemente teu fim.
E não mais tu junto a mim.
Não! Não, minhas palavras estão loucas.
Não sei mais o que digo.
A desilusão nos faz enlouquecer.
Tudo é mentira.
Tu bem sabes.
Quero-te cada dia mais.
Cada segundo sem ver-te é um século.
Teu cheiro sinto ainda em mim.
Tu que nunca estivestes corpo a corpo comigo.
Minha amiga. Qual o quê?
Quero-te mulher.
Minha, só minha.
E de mais nenhum outro par de olhos flamejantes de desejo.
Meu sentir estar-se esvaindo.
Meu corpo não resiste mais as dores.
Entranhas estão em brasa.
Ardendo por ti, para ti.
E tu finges não saber.
Regojizates ao me ver assim.
Vibras com meu penar.
E eu te amo tanto.
Eu te amo...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Vestígios Apagados.
Onde estão os braços que envolviam?
Os olhos que me fitavam dias à fio?
Mãos que me acariciavam?
Lábios que me esquentavam?
Pés que caminhavam comigo?
Coração que compassava com o meu?
Não te tenho mais...
Na realidade nunca tive.
Sempre sonhos, imaginações.
Pensamentos positivos.
Resultados negativos.
Solidão. Eterna e firme.
Alma dilacerada.
Olhos sem vida.
Mãos frias.
Lábios secos.
Braços inertes.
Pés estáticos.
Coração que não bate mais.
Não há vestígios do que um dia fui.
Sou outro.
Absolutamente diferente.
Menos humano.
Mais imóvel.
Quase um ser sem vida.
Um total corpo pesado.
Sentidos apagados.
Nada do anterior tudo.
Os olhos que me fitavam dias à fio?
Mãos que me acariciavam?
Lábios que me esquentavam?
Pés que caminhavam comigo?
Coração que compassava com o meu?
Não te tenho mais...
Na realidade nunca tive.
Sempre sonhos, imaginações.
Pensamentos positivos.
Resultados negativos.
Solidão. Eterna e firme.
Alma dilacerada.
Olhos sem vida.
Mãos frias.
Lábios secos.
Braços inertes.
Pés estáticos.
Coração que não bate mais.
Não há vestígios do que um dia fui.
Sou outro.
Absolutamente diferente.
Menos humano.
Mais imóvel.
Quase um ser sem vida.
Um total corpo pesado.
Sentidos apagados.
Nada do anterior tudo.
Veloc-i--d---a----d-----e...
Não há tempo pra esperar.
O mundo não pára de girar.
Os dias se sucedem, ininterruptamente.
Não tenho mais o que pensar.
Apenas agir.
Correr.
O tempo urge.
Ventos passam ligeiros.
Estradas infindas.
Caminhos sem volta.
Rapidez veloz.
Dias seqüenciais.
Palavras jogadas ao vento.
Luz. Velocidade atroz.
Não há espaço para parar.
Proximidade do fim.
Deixarei palavras imcompletas.
Forças extintas.
Fraquejo, escurece a vista.
Morro.
E finalmente paro.
O mundo não pára de girar.
Os dias se sucedem, ininterruptamente.
Não tenho mais o que pensar.
Apenas agir.
Correr.
O tempo urge.
Ventos passam ligeiros.
Estradas infindas.
Caminhos sem volta.
Rapidez veloz.
Dias seqüenciais.
Palavras jogadas ao vento.
Luz. Velocidade atroz.
Não há espaço para parar.
Proximidade do fim.
Deixarei palavras imcompletas.
Forças extintas.
Fraquejo, escurece a vista.
Morro.
E finalmente paro.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Imersão no Mundo Passado
Parei um instante...
Fui tomado por uma enxurrada,
de lembranças.
Não tive defesas.
Me deixei tomar completo.
As imagens foram brotando.
Como ramos enredados.
Uma puxava outra, assim a diante.
Foi ruim.
Não sei.
Tive vontade de chorar.
Guardei as lágrimas.
Senti saudades imensas.
Quase me abati.
Então pensei.
Se saudades sinto é que tudo valeu.
Tudo foi bom.
Momentos sem igual.
Cada um em sua particularidade.
Todos bem vividos.
Tempos idos que marcaram.
Lembranlças eternas.
Sulcos da minha vida.
Respirei fundo.
E emergi daquele baú velho.
Vivo novamente o presente.
Que amanhã será parte do passado.
Fui tomado por uma enxurrada,
de lembranças.
Não tive defesas.
Me deixei tomar completo.
As imagens foram brotando.
Como ramos enredados.
Uma puxava outra, assim a diante.
Foi ruim.
Não sei.
Tive vontade de chorar.
Guardei as lágrimas.
Senti saudades imensas.
Quase me abati.
Então pensei.
Se saudades sinto é que tudo valeu.
Tudo foi bom.
Momentos sem igual.
Cada um em sua particularidade.
Todos bem vividos.
Tempos idos que marcaram.
Lembranlças eternas.
Sulcos da minha vida.
Respirei fundo.
E emergi daquele baú velho.
Vivo novamente o presente.
Que amanhã será parte do passado.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Vitoriosa.
Vai olha a vida com toda audácia.
Que te cabe no pequeno corpo.
Ontem uma menina. Que conheci.
Hoje uma mulher, que não sei mais quem é.
Está tão diferente.
Mais altiva e soberana de sua vida.
Dona, proprietária de seu destino.
Não tem vergonha de amar.
Ama despudoradamente.
Já não sei se choras.
Choravas, antigamente.
Ainda é bela, sempre bela.
Tão bonita como a clara lua.
Iluminavas todos que te cercavam.
Ainda tens esse brilho?
Era eterno?
Já não sei.
Sinto saudades.
E choro, por não ter-te mais perto.
Mais longe que nunca.
Quase irreconhecível, tempo.
Alegrias do passado ainda vivas.
Lembro-me de ti sempre.
Teus olhos, tão lindos, e precrustadores.
Observantes retinas, verdes.
Vai, não olha pra trás.
Um grande futuro te espera.
Já não posso mais acompanhar-te.
Segue sobre teu altar.
Rainha de si.
Audaciosa matreira menina.
Vitoriosa mulher.
Avante!
Que te cabe no pequeno corpo.
Ontem uma menina. Que conheci.
Hoje uma mulher, que não sei mais quem é.
Está tão diferente.
Mais altiva e soberana de sua vida.
Dona, proprietária de seu destino.
Não tem vergonha de amar.
Ama despudoradamente.
Já não sei se choras.
Choravas, antigamente.
Ainda é bela, sempre bela.
Tão bonita como a clara lua.
Iluminavas todos que te cercavam.
Ainda tens esse brilho?
Era eterno?
Já não sei.
Sinto saudades.
E choro, por não ter-te mais perto.
Mais longe que nunca.
Quase irreconhecível, tempo.
Alegrias do passado ainda vivas.
Lembro-me de ti sempre.
Teus olhos, tão lindos, e precrustadores.
Observantes retinas, verdes.
Vai, não olha pra trás.
Um grande futuro te espera.
Já não posso mais acompanhar-te.
Segue sobre teu altar.
Rainha de si.
Audaciosa matreira menina.
Vitoriosa mulher.
Avante!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Não Me Arrependo
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo vivido.
Tudo passado.
Cavei sempre e a cada dia meu poço.
Procurei afundar-me na solidão.
Que um dia tanto me apavarou.
E me desarvarou.
Virou minha eterna companheira.
Já que ninguém o quis.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo varrido.
Estilhaços recolhidos.
Mil faces impressas nos restos de mim.
Pedaços que não se juntarão.
Amores que valeram.
Medo de não amar.
Estio de um tempo sem fim.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo apagado.
Nada restará quando eu morrer.
Ninguém se lembrará.
Jamais marquei em algo.
Apenas passei.
Como o vento que se sente e não se vê.
Quem sabe no céu estarei.
Esperando um outro coração completar-me.
Se nunca me arrependi.
Não será agora, no fim de tudo que hei de fraquejar.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo vivido, varrido, apagado...
Está tudo vivido.
Tudo passado.
Cavei sempre e a cada dia meu poço.
Procurei afundar-me na solidão.
Que um dia tanto me apavarou.
E me desarvarou.
Virou minha eterna companheira.
Já que ninguém o quis.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo varrido.
Estilhaços recolhidos.
Mil faces impressas nos restos de mim.
Pedaços que não se juntarão.
Amores que valeram.
Medo de não amar.
Estio de um tempo sem fim.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo apagado.
Nada restará quando eu morrer.
Ninguém se lembrará.
Jamais marquei em algo.
Apenas passei.
Como o vento que se sente e não se vê.
Quem sabe no céu estarei.
Esperando um outro coração completar-me.
Se nunca me arrependi.
Não será agora, no fim de tudo que hei de fraquejar.
Não, não me arrependo de nada.
Está tudo vivido, varrido, apagado...
domingo, 9 de dezembro de 2007
Piaf...
Que voz marcante.
Habitando num corpo tão franzino.
E maltratado pela vida.
Dura vida, de cabarés.
Amores, paixões rascantes.
Agudos inigualáveis.
Mãos que contavam sua vida.
Canções que contavam sua história.
Aparência simples.
Alma artista, desde sempre.
Sonho realizado.
Tropeços superados.
Uma vida que não foi tão cor-de-rosa.
Hino ao amor.
Deu voz aos amores do mundo.
Vida curta.
Sofrimentos imensos.
Fechou-se a cortina.
Calou-se o pardal.
Vôou aos céus.
Longe, tão longe que não lhe ouvimos mais.
Habitando num corpo tão franzino.
E maltratado pela vida.
Dura vida, de cabarés.
Amores, paixões rascantes.
Agudos inigualáveis.
Mãos que contavam sua vida.
Canções que contavam sua história.
Aparência simples.
Alma artista, desde sempre.
Sonho realizado.
Tropeços superados.
Uma vida que não foi tão cor-de-rosa.
Hino ao amor.
Deu voz aos amores do mundo.
Vida curta.
Sofrimentos imensos.
Fechou-se a cortina.
Calou-se o pardal.
Vôou aos céus.
Longe, tão longe que não lhe ouvimos mais.
sábado, 8 de dezembro de 2007
Ação do Tempo
Eu que pensava em tudo eterno.
Não vi o tempo passar.
As pessoas mudaram.
Transmudaram-se em coisas opostas.
Hoje não mais sei quem conheço.
Temo encontrá-las na rua e não reconhecer.
Pensei que tudo que passávamos seria pra sempre.
Qual o quê? Nada.
Tudo passou.
Ninguém sabe mais lembrar.
As lembranças foram totalmente apagadas.
Feitas pó.
Que se espalhou com o vento.
Vendavais que passaram arrancando tudo.
Amores fincados nos peitos amantes.
Foram tirados como filhos de suas mães.
Não restou absolutamente nada.
Apenas nós, cada um com seu mundo particular.
Perdidos em nossos pensamentos.
Talvez humanos, sempre mesquinhos.
Capitalistamente secos.
Pessoas que apenas vivem.
Já que nem mais respiram.
Não vi o tempo passar.
As pessoas mudaram.
Transmudaram-se em coisas opostas.
Hoje não mais sei quem conheço.
Temo encontrá-las na rua e não reconhecer.
Pensei que tudo que passávamos seria pra sempre.
Qual o quê? Nada.
Tudo passou.
Ninguém sabe mais lembrar.
As lembranças foram totalmente apagadas.
Feitas pó.
Que se espalhou com o vento.
Vendavais que passaram arrancando tudo.
Amores fincados nos peitos amantes.
Foram tirados como filhos de suas mães.
Não restou absolutamente nada.
Apenas nós, cada um com seu mundo particular.
Perdidos em nossos pensamentos.
Talvez humanos, sempre mesquinhos.
Capitalistamente secos.
Pessoas que apenas vivem.
Já que nem mais respiram.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Sobre Tudo
Sobre a vida, muito tenho que falar.
A dizer eternamente.
Sobre a voz...
Que voz? A rouca voz que me guia.
Embalando todos os momentos do meu ser.
Sobre o palco, declarações de amor.
A minha vida, minha paixão.
Meu espaço de luz e som, alma em mim.
Sobre os amores, tudo.
Quantas pessoas amei...
Tantas lágrimas chorei.
Tanto tempo dediquei.
Sobre o mundo, apenas pena.
Que fizemos? Para onde vamos?
O que fizemos do mundo!
Terminantemente infeliz.
Triste e sofredor.
Sobre amigos, poucos.
Passageiros, importantes
Marcantes, interessantes.
Inesquecíveis. Eternos.
Sobre o tempo, passou.
Implacavelmente arteiro.
Me transformou, nos mudou.
Levou alguns, trouxe outros.
Enbranqueceu minha fronte.
Enrugou minha face.
Não me reconheço mais.
Sobre o que guardo, memórias.
Lembranças de um passado remoto.
E perto ao mesmo tempo.
Fotografias em preto e branco.
Tons de sépia.
Color.
A dizer eternamente.
Sobre a voz...
Que voz? A rouca voz que me guia.
Embalando todos os momentos do meu ser.
Sobre o palco, declarações de amor.
A minha vida, minha paixão.
Meu espaço de luz e som, alma em mim.
Sobre os amores, tudo.
Quantas pessoas amei...
Tantas lágrimas chorei.
Tanto tempo dediquei.
Sobre o mundo, apenas pena.
Que fizemos? Para onde vamos?
O que fizemos do mundo!
Terminantemente infeliz.
Triste e sofredor.
Sobre amigos, poucos.
Passageiros, importantes
Marcantes, interessantes.
Inesquecíveis. Eternos.
Sobre o tempo, passou.
Implacavelmente arteiro.
Me transformou, nos mudou.
Levou alguns, trouxe outros.
Enbranqueceu minha fronte.
Enrugou minha face.
Não me reconheço mais.
Sobre o que guardo, memórias.
Lembranças de um passado remoto.
E perto ao mesmo tempo.
Fotografias em preto e branco.
Tons de sépia.
Color.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Aniversário
Qual o sentido de completar anos?
Ter tantos janeiros?
Primaveras...
Antes envelhecer que morrer.
Quando menino que gostava de festas.
Depois o tempo passou.
O meu gosto também.
Hoje prefiro parar, e refletir.
Eu pensava que nunca chegaria aqui.
E cá estou.
Como há séculos, parado.
E nada mudou.
Apenas eu, que passei.
Como o tempo.
Que mudei com ele.
E tenho hoje muito mais que naqueles tempos.
Olhos mais treinados.
Mãos nem tão firmes.
Voz impavida.
Aplausos para um fim que está longe.
Ter tantos janeiros?
Primaveras...
Antes envelhecer que morrer.
Quando menino que gostava de festas.
Depois o tempo passou.
O meu gosto também.
Hoje prefiro parar, e refletir.
Eu pensava que nunca chegaria aqui.
E cá estou.
Como há séculos, parado.
E nada mudou.
Apenas eu, que passei.
Como o tempo.
Que mudei com ele.
E tenho hoje muito mais que naqueles tempos.
Olhos mais treinados.
Mãos nem tão firmes.
Voz impavida.
Aplausos para um fim que está longe.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Cheiro de Amor
A vida lateja nas minhas veias.
Tenho vontade de sorrir eternamente.
Os meus poros transmitem alegria.
Tenho o cheiro do amor.
Todos os dias me esperanço mais.
Meus olhos brilham.
As mãos gelam.
A voz treme.
Saio de mim.
Corro em direção ao amor.
Sinto a vibração do sentimento.
Tenho vontade de gritar.
Bradar aos ventos o meu amor.
Não tenho medo do ridículo.
Afinal, se amar é besta.
Mil vezes besta seja eu.
Hoje, ontem e sempre, sempre...
Tenho vontade de sorrir eternamente.
Os meus poros transmitem alegria.
Tenho o cheiro do amor.
Todos os dias me esperanço mais.
Meus olhos brilham.
As mãos gelam.
A voz treme.
Saio de mim.
Corro em direção ao amor.
Sinto a vibração do sentimento.
Tenho vontade de gritar.
Bradar aos ventos o meu amor.
Não tenho medo do ridículo.
Afinal, se amar é besta.
Mil vezes besta seja eu.
Hoje, ontem e sempre, sempre...
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Para ela.
Jeito de menina.
Menina levada.
Faceira.
Morena que encanta.
Perfume de mulher.
Altiva dona de si.
Voz potente, simples.
Sereia que vive na terra.
Doce sentimento.
Sorriso que prende.
Olhos negros iluminados.
Mãos que afagam diferente.
Lábios que ninam.
Palhaça que espanta a tristeza.
Amor que eu quero pra mim.
Sempre, e tanto como o ar.
Paixão terna.
Quem é ela?
Uma coisa inventada?
Ela há. Está aqui.
Vive ao meu lado.
Quero estar perto, todo os dias.
Sinto falta de sua voz macia.
De seus sorrisos alegres.
Suas mãos nas minhas.
Seu corpo junto ao meu.
Respirações iguais, ofegantes.
Disparo do meu coração.
Ao simples olhar seu.
Lembra-te sempre de mim.
Que sempre te amei, e amarei.
Jamais no silêncio.
Amo ao som de tua voz.
De minha voz, da música que fizemos juntos.
As notas que construímos quando éramos apenas.
Menina levada.
Faceira.
Morena que encanta.
Perfume de mulher.
Altiva dona de si.
Voz potente, simples.
Sereia que vive na terra.
Doce sentimento.
Sorriso que prende.
Olhos negros iluminados.
Mãos que afagam diferente.
Lábios que ninam.
Palhaça que espanta a tristeza.
Amor que eu quero pra mim.
Sempre, e tanto como o ar.
Paixão terna.
Quem é ela?
Uma coisa inventada?
Ela há. Está aqui.
Vive ao meu lado.
Quero estar perto, todo os dias.
Sinto falta de sua voz macia.
De seus sorrisos alegres.
Suas mãos nas minhas.
Seu corpo junto ao meu.
Respirações iguais, ofegantes.
Disparo do meu coração.
Ao simples olhar seu.
Lembra-te sempre de mim.
Que sempre te amei, e amarei.
Jamais no silêncio.
Amo ao som de tua voz.
De minha voz, da música que fizemos juntos.
As notas que construímos quando éramos apenas.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Lição
Quando eu era menino aprendi:
A escrever com os dedos
E amar a vida inteira.
Não sei se segui à risca a lição.
Amei dois dedos...
E escrevi a vida inteira.
O que levei da vida?
Quase nada.
Imagens plasmadas transparentemente.
Futuros hologramas não formados.
Sentimentos ainda não sentidos.
Recordações esmaecidas na tela do amor.
Eu não sei bem como cheguei aqui.
Talvez caminhando por pedaços.
Se fizesse direto me cansaria no início.
Tentei outros caminhos, voltava sempre.
O destino meu traçado estava.
Simples e puramente escrito na minha cara.
Que voz me guiou durante a minha caminhada?
Que alentos eu tive em braços alheios?
Quanta vezes parei e não quis recomeçar?
Inúmeras.
Empurrões não faltaram.
Pés que me fizessem tropeçar e cair, também.
Mas eu consegui vencer mundos.
Distintos e infinitos.
E hoje estou aqui.
Escrevendo mais uma vez.
E amando cada vez menos...
A escrever com os dedos
E amar a vida inteira.
Não sei se segui à risca a lição.
Amei dois dedos...
E escrevi a vida inteira.
O que levei da vida?
Quase nada.
Imagens plasmadas transparentemente.
Futuros hologramas não formados.
Sentimentos ainda não sentidos.
Recordações esmaecidas na tela do amor.
Eu não sei bem como cheguei aqui.
Talvez caminhando por pedaços.
Se fizesse direto me cansaria no início.
Tentei outros caminhos, voltava sempre.
O destino meu traçado estava.
Simples e puramente escrito na minha cara.
Que voz me guiou durante a minha caminhada?
Que alentos eu tive em braços alheios?
Quanta vezes parei e não quis recomeçar?
Inúmeras.
Empurrões não faltaram.
Pés que me fizessem tropeçar e cair, também.
Mas eu consegui vencer mundos.
Distintos e infinitos.
E hoje estou aqui.
Escrevendo mais uma vez.
E amando cada vez menos...
domingo, 4 de novembro de 2007
Noite Rara, Clara.
Noites de ventos.
Tive medo.
Noites silenciosas.
Tive vontade chorar.
Noites mansas.
Tiva belos sonhos.
Noites quentes.
Sofri de amor.
Quantas noites já vivi?
Sei que dias foram poucos.
Não sou criatura diurna.
Noturno sempre.
Silente.
Clamando por noites.
Sempre a escuridão.
O enfado do sol passe longe.
Noite raras quero passar.
Luas esplêndidas e brilhantes.
A única luz que aceito.
Estrelas para comporem a cena.
Coadjuvantes do filme escuro.
Céu negro de noite.
Negrume do dia.
Praias desertas esperam a hora.
O mar espera receber o beijo da lua.
Tive medo.
Noites silenciosas.
Tive vontade chorar.
Noites mansas.
Tiva belos sonhos.
Noites quentes.
Sofri de amor.
Quantas noites já vivi?
Sei que dias foram poucos.
Não sou criatura diurna.
Noturno sempre.
Silente.
Clamando por noites.
Sempre a escuridão.
O enfado do sol passe longe.
Noite raras quero passar.
Luas esplêndidas e brilhantes.
A única luz que aceito.
Estrelas para comporem a cena.
Coadjuvantes do filme escuro.
Céu negro de noite.
Negrume do dia.
Praias desertas esperam a hora.
O mar espera receber o beijo da lua.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Trópico do Meu Ser
Todo ciclo tem seu ponto de retorno.
Com que cores pintei-me?
Que personagens interpretei?
Quantas regravações fiz?
De quem cerquei-me a vida inteira?
Penso não caber no mundo o peso de minhas palavras.
Que voz ouvi todo instante?
Que circos armei durante meu caminho?
Que rumos tomou minha vida?
Tantas perguntas...
Quase nenhuma resposta.
Vidas vivi.
Que vísceras usei para amar?
Os pés que chutei os amores.
As mãos que afagaram meus cabelos.
Sentimentos vadios.
Contundentes dores passadas.
Sob as luzes dos refletores tomei choques.
Ai, que tempos idos longes.
Vermelhos carmins eu usei.
Tropeços à parte, estou aqui.
Jamais mirei atrás.
Sempre avante seguindo.
Orgulhando-me das glórias do passado.
E por que as derrotas não?
Sim!
Tudo foi tijolo na construção que hoje se apresenta.
Tudo foi válido pra eu ser o que sou.
Quem sou?
Eu sou o abismo que há entre o que fui e o que serei.
Sou uma dissonante nota musical fora da pauta.
Uma personagem fora do papel.
Retiências, e não ponto final.
Abstrações mundias de tudo que resta quando não somos vivos.
Vento da contra-mão.
Que corações me encontrem.
Olhos que mer perseguem, prescrutando minha alma.
Bocas que murmuram meu destino.
Línguas que guardam minhas memórias.
Folhas em branco sendo pintadas.
Em cores fortes, tropicais.
Calor do vento norte.
Sul de meu ventre.
Tecidos se agitem como os coqueirais das praias.
Areias quentes.
Velas que nos levam longe, longe.
E tão perto de nada, que sempre há de existir.
E um pouco mais do que se possa imaginar.
Com que cores pintei-me?
Que personagens interpretei?
Quantas regravações fiz?
De quem cerquei-me a vida inteira?
Penso não caber no mundo o peso de minhas palavras.
Que voz ouvi todo instante?
Que circos armei durante meu caminho?
Que rumos tomou minha vida?
Tantas perguntas...
Quase nenhuma resposta.
Vidas vivi.
Que vísceras usei para amar?
Os pés que chutei os amores.
As mãos que afagaram meus cabelos.
Sentimentos vadios.
Contundentes dores passadas.
Sob as luzes dos refletores tomei choques.
Ai, que tempos idos longes.
Vermelhos carmins eu usei.
Tropeços à parte, estou aqui.
Jamais mirei atrás.
Sempre avante seguindo.
Orgulhando-me das glórias do passado.
E por que as derrotas não?
Sim!
Tudo foi tijolo na construção que hoje se apresenta.
Tudo foi válido pra eu ser o que sou.
Quem sou?
Eu sou o abismo que há entre o que fui e o que serei.
Sou uma dissonante nota musical fora da pauta.
Uma personagem fora do papel.
Retiências, e não ponto final.
Abstrações mundias de tudo que resta quando não somos vivos.
Vento da contra-mão.
Que corações me encontrem.
Olhos que mer perseguem, prescrutando minha alma.
Bocas que murmuram meu destino.
Línguas que guardam minhas memórias.
Folhas em branco sendo pintadas.
Em cores fortes, tropicais.
Calor do vento norte.
Sul de meu ventre.
Tecidos se agitem como os coqueirais das praias.
Areias quentes.
Velas que nos levam longe, longe.
E tão perto de nada, que sempre há de existir.
E um pouco mais do que se possa imaginar.
domingo, 21 de outubro de 2007
Toda uma vida em vão.
Nova era deve se iniciar.
Sentimentos frescos, verdes.
Atitudes maduras, porém novas.
Reflexão que nos levou a tal.
O fato seguinte será, sempre
Conseqüência do anterior.
Por mais que barreiras possamos encontrar.
Pernas temos para derrubá-las.
Nada nos deve impedir de sermos reis.
Mesmo que reis de nossa loucura.
Num reino de eterna fantasia.
A vida está aí.
Cabe a nós, tão somente,
Vivermos tão bem e para o bem.
Não deitemos na relva e esperemos
o tempo passar.
Avante, com fortes e novas ações.
O verbo é que rege o mundo.
Se não agirmos seremos inanimados.
Tão mortos como quando não existíamos.
Nova era deve se iniciar.
Sentimentos frescos, verdes.
Atitudes maduras, porém novas.
Reflexão que nos levou a tal.
O fato seguinte será, sempre
Conseqüência do anterior.
Por mais que barreiras possamos encontrar.
Pernas temos para derrubá-las.
Nada nos deve impedir de sermos reis.
Mesmo que reis de nossa loucura.
Num reino de eterna fantasia.
A vida está aí.
Cabe a nós, tão somente,
Vivermos tão bem e para o bem.
Não deitemos na relva e esperemos
o tempo passar.
Avante, com fortes e novas ações.
O verbo é que rege o mundo.
Se não agirmos seremos inanimados.
Tão mortos como quando não existíamos.
sábado, 13 de outubro de 2007
Dança
Mãos e pés que se movem.
Articuladamente.
Movimentos coordenados.
Arquétipos de algo.
Respirações sistemáticas.
Aleatoriamente.
Melodias que se fundem.
Aos passos refeitos.
Deslizam sob céus.
Sobem altos aos véus.
Extasiam-nos.
Pássaros da terra.
Vôos no chão.
Ponta, pé, calcanhar.
Música ou silêncio.
Corpos que se movem rápidos.
Gestos repletos.
Bailam as curvas.
Retas que se moldam.
Abstratos sentimentos.
Vistos em expressão.
Realce de nossas almas.
Dança do mundo.
Articuladamente.
Movimentos coordenados.
Arquétipos de algo.
Respirações sistemáticas.
Aleatoriamente.
Melodias que se fundem.
Aos passos refeitos.
Deslizam sob céus.
Sobem altos aos véus.
Extasiam-nos.
Pássaros da terra.
Vôos no chão.
Ponta, pé, calcanhar.
Música ou silêncio.
Corpos que se movem rápidos.
Gestos repletos.
Bailam as curvas.
Retas que se moldam.
Abstratos sentimentos.
Vistos em expressão.
Realce de nossas almas.
Dança do mundo.
Novas Cores
Tive pena de mim.
Sofri como um imbecil.
Amei como um adolescente.
Riculamente, absurdamente torpe.
Quão infantil eu fui! Meu Deus!
Como pude ter tais sentimentos?
Querer morrer por não ser amado.
Qual o quê?
Por favor!
Resolvi viver nova vida!
Abrir-me inteiramente aos novos rumos.
Arremessar-me sem rede do trapézio.
Correr despudoradamente na vida.
Amar indiscriminadamente a todos.
Ter pena de ti...
Pois perdeste uma grande oportunidade.
Sorrir do mais simples gesto.
Banalizar todos os obstáculos que se interporem.
Não quero-te odiar.
Embora seja difícil.
Afastar-me-ei de ti.
Até que a poeira baixe.
Enquanto refaço felizmente a minha hora.
Quero cores fortes, nada de monocromia.
Músicas me sigam sempre.
Alegres e bestas melodias.
Sorrisos me permeiem todos os dias.
E já serei satisfeito.
Sofri como um imbecil.
Amei como um adolescente.
Riculamente, absurdamente torpe.
Quão infantil eu fui! Meu Deus!
Como pude ter tais sentimentos?
Querer morrer por não ser amado.
Qual o quê?
Por favor!
Resolvi viver nova vida!
Abrir-me inteiramente aos novos rumos.
Arremessar-me sem rede do trapézio.
Correr despudoradamente na vida.
Amar indiscriminadamente a todos.
Ter pena de ti...
Pois perdeste uma grande oportunidade.
Sorrir do mais simples gesto.
Banalizar todos os obstáculos que se interporem.
Não quero-te odiar.
Embora seja difícil.
Afastar-me-ei de ti.
Até que a poeira baixe.
Enquanto refaço felizmente a minha hora.
Quero cores fortes, nada de monocromia.
Músicas me sigam sempre.
Alegres e bestas melodias.
Sorrisos me permeiem todos os dias.
E já serei satisfeito.
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Palhaço da Vida
Desalinhos correntes.
Não sei cantar.
Nunca pintei.
Não sei representar.
Jamais dancei.
Que arte é a minha?
Nenhuma.
Tive sensações de trapezista.
Equilibrista, malabarista.
Corda-bamba.
Picadeiro, palco, cortinas.
Coxias.
Camarim, luzes da ribalta.
Light neon.
Azul de caminhos invisíveis.
Escuro do público.
Murmúrios quase imperceptíveis.
Quis ser ator, músico, pintor, escritor...
Sonhava em ser reconhecido pela arte.
O que me restou?
Além de mero mortal...
Fui, sou e serei sempre palhaço.
Apenas fazer os outros rir.
Rir de mim ou comigo.
Apenas sorrisos que não me chegam.
Perdem-se no vácuo do mundo.
No oco breu da vida.
Por trás de minha pintura envelheço.
Perco o frescor da juventude.
Sinto o peso da vida.
Tenho medo do fim.
Pois vou para algum lugar que não sei onde é.
E sei que aqui ninguém se lembrará de mim.
Deixarei apenas, encerrado numa caixa, o meu vermelho nariz.
Não sei cantar.
Nunca pintei.
Não sei representar.
Jamais dancei.
Que arte é a minha?
Nenhuma.
Tive sensações de trapezista.
Equilibrista, malabarista.
Corda-bamba.
Picadeiro, palco, cortinas.
Coxias.
Camarim, luzes da ribalta.
Light neon.
Azul de caminhos invisíveis.
Escuro do público.
Murmúrios quase imperceptíveis.
Quis ser ator, músico, pintor, escritor...
Sonhava em ser reconhecido pela arte.
O que me restou?
Além de mero mortal...
Fui, sou e serei sempre palhaço.
Apenas fazer os outros rir.
Rir de mim ou comigo.
Apenas sorrisos que não me chegam.
Perdem-se no vácuo do mundo.
No oco breu da vida.
Por trás de minha pintura envelheço.
Perco o frescor da juventude.
Sinto o peso da vida.
Tenho medo do fim.
Pois vou para algum lugar que não sei onde é.
E sei que aqui ninguém se lembrará de mim.
Deixarei apenas, encerrado numa caixa, o meu vermelho nariz.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
difícil
sei que não estou bem.
tenho medo de passar em branco na vida.
tenho medo de não ser lembrado.
queria tanto ser alguém.
ter um espaço no mundo.
leia-se mundo como coração de alguém.
sinto-me cada vez menor.
não quero ser um grão de areia.
um fiapo de vida.
quero ser Golias.
um arranha-céu.
onde está perdida a minha grandeza?
como tornei-me tão mesquinho e só?
por que o mundo parou de rodar?
não sei se sou eu que não mais vejo,
não mais sinto, não mais sei nada.
vazio, um vazio enorme me consome.
chamas internas me queimam as entranhas.
sei que passo rápido.
não sei quanto tempo ainda me resta.
queria não poder pensar.
jamais amar e por conseqüência não sofrer.
sei que não me compete querer.
apenas sou empurrado pela vida.
sou comandado pelo destino.
que destino?
trago uma única lágrima nos olhos.
que não derramo, petrificou-se.
coração meu destroçado.
alma desfeita.
sonhos irreais.
festas findas.
pôr-do-sol de mim.
noite escura me encontra.
me toma totalmente.
me espanta a visão de ser importante.
maldição que recai sobre minha cabeça.
tempo imóvel que me pára.
e fico.
tenho medo de passar em branco na vida.
tenho medo de não ser lembrado.
queria tanto ser alguém.
ter um espaço no mundo.
leia-se mundo como coração de alguém.
sinto-me cada vez menor.
não quero ser um grão de areia.
um fiapo de vida.
quero ser Golias.
um arranha-céu.
onde está perdida a minha grandeza?
como tornei-me tão mesquinho e só?
por que o mundo parou de rodar?
não sei se sou eu que não mais vejo,
não mais sinto, não mais sei nada.
vazio, um vazio enorme me consome.
chamas internas me queimam as entranhas.
sei que passo rápido.
não sei quanto tempo ainda me resta.
queria não poder pensar.
jamais amar e por conseqüência não sofrer.
sei que não me compete querer.
apenas sou empurrado pela vida.
sou comandado pelo destino.
que destino?
trago uma única lágrima nos olhos.
que não derramo, petrificou-se.
coração meu destroçado.
alma desfeita.
sonhos irreais.
festas findas.
pôr-do-sol de mim.
noite escura me encontra.
me toma totalmente.
me espanta a visão de ser importante.
maldição que recai sobre minha cabeça.
tempo imóvel que me pára.
e fico.
Vingança
Nunca pensei desejar mal a alguém...
Querer a desgraça de outrem...
Mas hoje eu fiz.
Não se certo ou errado, foi minha vontade.
Fi-lo, e não me arrependo.
Reafirmo minhas palavras e vontades.
Sei que não podia fazê-lo.
Mas nas vontades não se manda.
Apenas sente-se.
Como não guardar nada pesado em mim?
Tu não deixas!
Tinha alegria, sem saber-me alegre.
Era jovem, hoje velho.
Fui amante, nunca amado.
Quis ser algo em alguém.
Nada me restou.
Poeira úmida.
Ambiente triste.
Visão eterna do meu sofrimento.
Ver-te sempre me dói.
E tento não sofrer.
Impossível.
Queria não mais saber notícias tuas.
E passas por mim todos os intantes.
Fazes de propósito?
Caso pensado?
Queres ver-me no chão?
Além do chão.
Morto, enterrado.
Um dia serei.
Que muito não me demore.
Sei que meu túmulo será tua felicidade.
Digo-te antes: Jamais serás amada como por mim foste.
Nunca sentirás um beijo mais fresco que o meu.
Não terás nunca felicidade plena.
Como eu também não tive.
Perseguirei-te hoje, amanhã e sempre.
Serei uma mesmo que uma vaga lembrança a perturba-lhe o cenho.
Não terás noites calmas.
Serei a tormenta de teus sonhos, pesadelos.
Em teu leito de morte estarei gargalhando.
Como quem assiste uma ridícula comédia.
Será teu triste fim o meu único motivo de satisfação.
Não te queria odiar.
Mas forças-me a ter ódio de ti.
Sei que pagarei por tudo que te desejo.
Mas nada será maior que o meu sofrimento.
Por saber-te de outro e querer-te.
Por ser imbecil ao ponto de ainda te amar.
Como seria bom um passe de mágica e livre de ti estaria.
Mas meu amor se transformará em algo pior: horror, ojeriza, ódio.
Verdadeira aversão a tudo e todos que me façam lembrar-te.
Um dia sei que não mais sentirei nada.
Desprezo apenas.
Mas até lá, só vontade de vingança.
Crueldade em pessoa.
Não me quiseste amor, me terás em ódio.
Querer a desgraça de outrem...
Mas hoje eu fiz.
Não se certo ou errado, foi minha vontade.
Fi-lo, e não me arrependo.
Reafirmo minhas palavras e vontades.
Sei que não podia fazê-lo.
Mas nas vontades não se manda.
Apenas sente-se.
Como não guardar nada pesado em mim?
Tu não deixas!
Tinha alegria, sem saber-me alegre.
Era jovem, hoje velho.
Fui amante, nunca amado.
Quis ser algo em alguém.
Nada me restou.
Poeira úmida.
Ambiente triste.
Visão eterna do meu sofrimento.
Ver-te sempre me dói.
E tento não sofrer.
Impossível.
Queria não mais saber notícias tuas.
E passas por mim todos os intantes.
Fazes de propósito?
Caso pensado?
Queres ver-me no chão?
Além do chão.
Morto, enterrado.
Um dia serei.
Que muito não me demore.
Sei que meu túmulo será tua felicidade.
Digo-te antes: Jamais serás amada como por mim foste.
Nunca sentirás um beijo mais fresco que o meu.
Não terás nunca felicidade plena.
Como eu também não tive.
Perseguirei-te hoje, amanhã e sempre.
Serei uma mesmo que uma vaga lembrança a perturba-lhe o cenho.
Não terás noites calmas.
Serei a tormenta de teus sonhos, pesadelos.
Em teu leito de morte estarei gargalhando.
Como quem assiste uma ridícula comédia.
Será teu triste fim o meu único motivo de satisfação.
Não te queria odiar.
Mas forças-me a ter ódio de ti.
Sei que pagarei por tudo que te desejo.
Mas nada será maior que o meu sofrimento.
Por saber-te de outro e querer-te.
Por ser imbecil ao ponto de ainda te amar.
Como seria bom um passe de mágica e livre de ti estaria.
Mas meu amor se transformará em algo pior: horror, ojeriza, ódio.
Verdadeira aversão a tudo e todos que me façam lembrar-te.
Um dia sei que não mais sentirei nada.
Desprezo apenas.
Mas até lá, só vontade de vingança.
Crueldade em pessoa.
Não me quiseste amor, me terás em ódio.
domingo, 7 de outubro de 2007
Maria, Senhora Nossa, Bethânia
Mesmo que eu escrevesse um milhão de palavras não conseguiria expressar todo o meu sentimento por ela.
Não sei quando começou ao certo, não sei também que motivo me levou a tal.
Apenas sei que alguns anos se passaram e meu êxtase aumenta, sempre e cada vez mais.
Quem dera um dia eu possa ter uma milésima parte da presença cênica dela.
Dominar tão bem uma platéia, deixando após o término do seu espetáculo um quê de sagrado, e ao mesmo tempo profano nas almas que lhe assistiram.
Senhora absoluta de seu ofício, de sua arte, não admite desafinos.
Não os desafinos de voz, mas os erros.
Quer tudo na mais perfeita ordem.
Pisa no seu terreno sagrado sempre pedindo licença aos donos do lugar.
Pés descalços, em respeito ao solo santo.
Não tem pudor em nos tocar no mais fundo do nosso ser.
Estamos sempre à mercê de sua vontade (voz), é ela que nos guia as emoções.
Nos faz reverência ao fim de seu ato, quando deveríamos, sim, nós estarmos prostrados aos seus pés.
Agradecendo por nos ter presenteado mais uma vez com sua força vital.
Que Iansã a guarde entre nós por muitos anos mais.
Não nos prive tão cedo dessa magnitude cênico-musical.
Êparrei, Maria.
Não sei quando começou ao certo, não sei também que motivo me levou a tal.
Apenas sei que alguns anos se passaram e meu êxtase aumenta, sempre e cada vez mais.
Quem dera um dia eu possa ter uma milésima parte da presença cênica dela.
Dominar tão bem uma platéia, deixando após o término do seu espetáculo um quê de sagrado, e ao mesmo tempo profano nas almas que lhe assistiram.
Senhora absoluta de seu ofício, de sua arte, não admite desafinos.
Não os desafinos de voz, mas os erros.
Quer tudo na mais perfeita ordem.
Pisa no seu terreno sagrado sempre pedindo licença aos donos do lugar.
Pés descalços, em respeito ao solo santo.
Não tem pudor em nos tocar no mais fundo do nosso ser.
Estamos sempre à mercê de sua vontade (voz), é ela que nos guia as emoções.
Nos faz reverência ao fim de seu ato, quando deveríamos, sim, nós estarmos prostrados aos seus pés.
Agradecendo por nos ter presenteado mais uma vez com sua força vital.
Que Iansã a guarde entre nós por muitos anos mais.
Não nos prive tão cedo dessa magnitude cênico-musical.
Êparrei, Maria.
sábado, 6 de outubro de 2007
Angústia
Como não pesar minha alma?
Como não me contentar com poucas sobras?
Não há nada pior que não ter,
não ser, não existir para quem se ama.
Passar sem ser visto.
Esforçar-se para ser notado.
E nem uma simples migalha nos resta.
Um dia quem sabe, talvez as coisas mudem?
Acredito que nem tudo é tão mutável assim.
As vezes o silêncio é melhor que palavras.
Ações futuras dependem dessas frases mal ditas.
Queria ter o poder de mudar, voltar atrás.
Sei que não é possível.
Então choro.
Sofro, calado, mudo, sozinho no mundo só meu.
No meu universo absolutamente particular.
Em que não permito a entrada de outrém.
Senão o meu amor.
Sei que meu amor não virá, nem hoje,
nem amanhã, nem tampouco futuramente.
Solitáriamente triste sigo minha sina.
Seca, longa, longínqua estrada fria e morta.
Que meu último leito não demore a chegar.
Preciso sair desse plano sofredor.
Mesmo que seja para sofrer em outro plano.
Mas não aqui.
Onde todos já me ridicularizaram.
Onde não tenho mais coragem de ser nada.
Onde jã não quero ser mais ninguém.
Pó e só.
Como não me contentar com poucas sobras?
Não há nada pior que não ter,
não ser, não existir para quem se ama.
Passar sem ser visto.
Esforçar-se para ser notado.
E nem uma simples migalha nos resta.
Um dia quem sabe, talvez as coisas mudem?
Acredito que nem tudo é tão mutável assim.
As vezes o silêncio é melhor que palavras.
Ações futuras dependem dessas frases mal ditas.
Queria ter o poder de mudar, voltar atrás.
Sei que não é possível.
Então choro.
Sofro, calado, mudo, sozinho no mundo só meu.
No meu universo absolutamente particular.
Em que não permito a entrada de outrém.
Senão o meu amor.
Sei que meu amor não virá, nem hoje,
nem amanhã, nem tampouco futuramente.
Solitáriamente triste sigo minha sina.
Seca, longa, longínqua estrada fria e morta.
Que meu último leito não demore a chegar.
Preciso sair desse plano sofredor.
Mesmo que seja para sofrer em outro plano.
Mas não aqui.
Onde todos já me ridicularizaram.
Onde não tenho mais coragem de ser nada.
Onde jã não quero ser mais ninguém.
Pó e só.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Como 2 e 2 (Caetano Veloso)
Quando você me ouvir cantar
Venha, não creia, eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias, tristezas e brinco
Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você me ouvir chorar
Tente, não cante, não conte comigo
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo, tudo, tudo, tudo...
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco
O mesmo teto, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor, meu amor, meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Venha, não creia, eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias, tristezas e brinco
Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você me ouvir chorar
Tente, não cante, não conte comigo
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo, tudo, tudo, tudo...
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco
O mesmo teto, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Meu amor, meu amor, meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
domingo, 30 de setembro de 2007
sertão interno
queria tanto poder chorar.
olhos secos.
face enxuta.
alma sem vida.
coração pétreo.
que de mim nada sobre.
queria poder fazer rolar
do canto estreito do meu olho,
uma única e furtiva lágrima.
mas água não há mais em mim.
apenas a aridez da desilusão.
só o sertão de mim.
seca a boca, longe dos beijos.
mãos úmidas estão, hoje, mortas.
frias, tensas, duras, como as minhas feições.
seriedade, serenidade.
amargo gosto de saudade.
que lágrimas secaram no meio do caminho.
nunca saíram dos olhos fundos.
hoje cerrados definitivamente.
findo o meu ser.
extinta a minha alma.
olhos secos.
face enxuta.
alma sem vida.
coração pétreo.
que de mim nada sobre.
queria poder fazer rolar
do canto estreito do meu olho,
uma única e furtiva lágrima.
mas água não há mais em mim.
apenas a aridez da desilusão.
só o sertão de mim.
seca a boca, longe dos beijos.
mãos úmidas estão, hoje, mortas.
frias, tensas, duras, como as minhas feições.
seriedade, serenidade.
amargo gosto de saudade.
que lágrimas secaram no meio do caminho.
nunca saíram dos olhos fundos.
hoje cerrados definitivamente.
findo o meu ser.
extinta a minha alma.
sófia
não sei que tempo, não sei se de outros tempos.
sei que já habitava no meu redor.
um dia nós nos encontramos.
meio que por acaso, será?
talvez o mundo nos empurrou no mesmo trilho.
nos juntamos num ofício.
ouvindo aquela rouca voz unimo-nos num som.
quero muito contigo, sempre, aprender.
me ensinar a ser como és.
quem dera um dia saber ter um sorriso como o teu.
se algum dia eu souber viver, muito terá sido por causa de você.
trilha tua sina de luz e paixão.
deixa aos que ficam um rastro de tua poeira iluminada.
de longe observarei teu grande sucesso.
tua altiva e merecida vastidão alegria.
que os céus te guardem debaixo de suas luzes!
sei que já habitava no meu redor.
um dia nós nos encontramos.
meio que por acaso, será?
talvez o mundo nos empurrou no mesmo trilho.
nos juntamos num ofício.
ouvindo aquela rouca voz unimo-nos num som.
quero muito contigo, sempre, aprender.
me ensinar a ser como és.
quem dera um dia saber ter um sorriso como o teu.
se algum dia eu souber viver, muito terá sido por causa de você.
trilha tua sina de luz e paixão.
deixa aos que ficam um rastro de tua poeira iluminada.
de longe observarei teu grande sucesso.
tua altiva e merecida vastidão alegria.
que os céus te guardem debaixo de suas luzes!
sábado, 29 de setembro de 2007
Em cada coração...
E depois de uma noite o que sobrará?
Apenas o frescor de um amanhecer.
Orvalho leve e passageiro.
Brisa matinal que se extinguirá.
Sombras que mudarão de lugar.
Luz que dura pouco.
Amores que são de éter.
Volatéis.
Pessoas que nos amam momentaneamente.
Ou talvez nem isso.
Brinquem, joguem com nossos sentimentos.
Cansei de ser só, manipulado.
Quero viver sem amor.
Dor que queima minhas entranhas.
Solidão no meio de uma multidão.
Siêncio que se ouve no barulho.
Clarão das noites escuras.
Pedra de ar, terra e fogo.
Sonhei tanto com o amor.
E que idealizei-o demasiado.
Hoje sei que não há nem haverá
amor de mão dupla.
Pequena e estreita via única.
Sem direito a volta.
Apenas a poeira que sobrará
Depois de uma desvairada noite amorosa.
Só os resquicíos do que fomos no amor.
Na vida que passamos.
Em cada coração que moramos.
Mesmo sem permissão pulamos de vida em vida.
Perturbamos as almas atormentadas.
Atormentamo-nos muito mais com esses pulos.
Não nos aquietamos quando somos sós.
Precisamos de alguém para quem viver.
Algum objetivo humano à nossa frente.
Erguendo a fronte e seguindo.
Até a noite passar e o dia raiar.
Auroras que nos trazem à realidade.
Apenas o frescor de um amanhecer.
Orvalho leve e passageiro.
Brisa matinal que se extinguirá.
Sombras que mudarão de lugar.
Luz que dura pouco.
Amores que são de éter.
Volatéis.
Pessoas que nos amam momentaneamente.
Ou talvez nem isso.
Brinquem, joguem com nossos sentimentos.
Cansei de ser só, manipulado.
Quero viver sem amor.
Dor que queima minhas entranhas.
Solidão no meio de uma multidão.
Siêncio que se ouve no barulho.
Clarão das noites escuras.
Pedra de ar, terra e fogo.
Sonhei tanto com o amor.
E que idealizei-o demasiado.
Hoje sei que não há nem haverá
amor de mão dupla.
Pequena e estreita via única.
Sem direito a volta.
Apenas a poeira que sobrará
Depois de uma desvairada noite amorosa.
Só os resquicíos do que fomos no amor.
Na vida que passamos.
Em cada coração que moramos.
Mesmo sem permissão pulamos de vida em vida.
Perturbamos as almas atormentadas.
Atormentamo-nos muito mais com esses pulos.
Não nos aquietamos quando somos sós.
Precisamos de alguém para quem viver.
Algum objetivo humano à nossa frente.
Erguendo a fronte e seguindo.
Até a noite passar e o dia raiar.
Auroras que nos trazem à realidade.
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
epitáfio
não sobrou nada de mim
apenas uma vaga lembrança
do que eu era.
isto é, se eu um dia fui algo.
quero apenas jazer no meu último leito.
apenas repousar sereno e calmo.
não quero que me recordem.
apaguem-me de vossas memórias.
passei, vivi, porém não fiquei.
apenas uma vaga lembrança
do que eu era.
isto é, se eu um dia fui algo.
quero apenas jazer no meu último leito.
apenas repousar sereno e calmo.
não quero que me recordem.
apaguem-me de vossas memórias.
passei, vivi, porém não fiquei.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Medo de Amar
Quando o amor nos bate...
Devemos, sim, recebê-lo.
Não temer suas consequências.
A vida é feita de amores.
Pra que resistir?
Vivamos.
Abram-se, ostras, para o amor.
Silenciem suas bocas com beijos.
Afoguem-se de abraços.
Percamo-nos nos carinhos alheios.
Sorrir, sempre.
Voemos com asas de anjos.
Deixem-se serem amados.
Entreguem-se de alma e corpo aos prazes.
Deitemo-nos em lençóis macios.
Sonhemos em conjunto.
Quando o dia seguinte chegar,
nada mais valerá.
Tudo já foi vivido.
Devemos, sim, recebê-lo.
Não temer suas consequências.
A vida é feita de amores.
Pra que resistir?
Vivamos.
Abram-se, ostras, para o amor.
Silenciem suas bocas com beijos.
Afoguem-se de abraços.
Percamo-nos nos carinhos alheios.
Sorrir, sempre.
Voemos com asas de anjos.
Deixem-se serem amados.
Entreguem-se de alma e corpo aos prazes.
Deitemo-nos em lençóis macios.
Sonhemos em conjunto.
Quando o dia seguinte chegar,
nada mais valerá.
Tudo já foi vivido.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Daqui pra frente...
Quero descortinar palcos.
Percorrer mundos.
Acender refletores à minha cabeça.
Sonhar com terras desconhecidas.
Viver gente diferente.
Ser um andante erra.
Absorver as culturas.
Sentar numa alta montanha.
E mirar o mundo sob meus pés.
Largar longe, muito longe a tristeza.
Sorrir todos os dias.
Pensar o quão feliz sou.
E serei.
Não temer nenhum obstáculo.
Superá-los, sempre!
Confirmar dia após dia minhas certezas.
Estar apto a reconhecer meus erros.
Levantar a cabeça depois de um tropeção.
E seguir viagem.
Percorrer mundos.
Acender refletores à minha cabeça.
Sonhar com terras desconhecidas.
Viver gente diferente.
Ser um andante erra.
Absorver as culturas.
Sentar numa alta montanha.
E mirar o mundo sob meus pés.
Largar longe, muito longe a tristeza.
Sorrir todos os dias.
Pensar o quão feliz sou.
E serei.
Não temer nenhum obstáculo.
Superá-los, sempre!
Confirmar dia após dia minhas certezas.
Estar apto a reconhecer meus erros.
Levantar a cabeça depois de um tropeção.
E seguir viagem.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Como assim?
Como ser assim?
Tão só, e só.
Queria ser diferente.
Mudar.
Ser como me querem...
Ou não?
Ser inteiro, ser eu.
Assim como fui.
Como sou.
E como serei?
Quem sou eu no mundo?
Em que vácuo me encaixo?
Horizontes perdidos e vastos.
Longes verdes campos.
Infeliz comigo.
Feliz contigo.
Sempre calmo, calado.
Impressionantemente meu.
Absurdos à parte.
Comicidade estranha.
Pensamentos desvendados.
Cabeça particular.
Passos trôpegos e mansos.
Como ser assim tão só?
Como ser infinitamente tão solitário?
Pensar em ir e não sair do canto.
O meu canto é canto de ninguém.
Voz minha espreita o coração.
Silêncio que me toma internamente.
Gás que inflama meu ser.
Penso em não ser assim, tão só.
Tenho vontade de ser alguém.
De ter meu espaço no mundo.
Sonho ter um ser comigo.
O meu ser externo e terreno.
Aéreo sonho que se desfaz.
Éter eterno.
Mente eternamente.
Expressão cuspida de mim.
Excremento do meu ser.
Fração milionésima de algo.
Microfragmentos das vidas alheias.
E só, e sente, e...
Tão só, e só.
Queria ser diferente.
Mudar.
Ser como me querem...
Ou não?
Ser inteiro, ser eu.
Assim como fui.
Como sou.
E como serei?
Quem sou eu no mundo?
Em que vácuo me encaixo?
Horizontes perdidos e vastos.
Longes verdes campos.
Infeliz comigo.
Feliz contigo.
Sempre calmo, calado.
Impressionantemente meu.
Absurdos à parte.
Comicidade estranha.
Pensamentos desvendados.
Cabeça particular.
Passos trôpegos e mansos.
Como ser assim tão só?
Como ser infinitamente tão solitário?
Pensar em ir e não sair do canto.
O meu canto é canto de ninguém.
Voz minha espreita o coração.
Silêncio que me toma internamente.
Gás que inflama meu ser.
Penso em não ser assim, tão só.
Tenho vontade de ser alguém.
De ter meu espaço no mundo.
Sonho ter um ser comigo.
O meu ser externo e terreno.
Aéreo sonho que se desfaz.
Éter eterno.
Mente eternamente.
Expressão cuspida de mim.
Excremento do meu ser.
Fração milionésima de algo.
Microfragmentos das vidas alheias.
E só, e sente, e...
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
O quê?
Por que querer fazer o impossível possível?
Se o impossível já é por si só.
Como querer mudar o curso da natureza?
Por que é tão difícil mudar o mundo?
Seria possível que tranformássemos as pessoas?
Queria poder ter esse poder.
Seria tão mais simples se fácil fosse.
De que vale querer e não ter.
E ter o que não queremos?
Ou mais ainda não termos absolutamente nada!
O nada é fato, como o céu não é o limite.
Como o tempo implacável é passante.
Juntam-se os ponteiros da minha vida.
Que me chegue logo a hora marcada do fim.
Encontros e desencontros unidos num só ser.
Despedidas na hora de não mais ser.
Abstratamente só e solitário.
Perdido numa imensa névoa da multidão.
Queria ter-te sempre ao meu lado.
A ouvir meu ais e alegrias.
Dividir é melhor que somar.
Ter níquel não anche coração.
Não aquece a alma.
Que fria sente e sofre.
Viver é não simplesmente passar no mundo.
É querer poder, fazer o quê diferente.
Sem sentir-se que se faz diferente o amar.
Postar-se no mundo com uma nova cara.
Uma máscara ilusória, que esconde a verdadeira face.
A triste e solitária face do poeta que ama.
Na obscuridade de seu tinteiro.
Na clareza de seu branco papel.
Nas mal traçadas linhas que escreve.
Sempre e tanto em louvor ao seu amor.
Pôr-do-sol laranja e quente.
Início de uma hora sem luz.
Escura e secreta.
Misteriosamente fria e quieta.
Uivos noturnos de dor serena e calma.
Ferida de sangra internamente e arde.
Vísceras que se desfazem continuamente.
Coração dilacerado e ainda vivo.
Dor lancinante e lascívia.
Que um dia como o vento passa.
Deixando seu rastro de destruição.
Ilumina-se novamente a face obscura pela máscara.
E ver-se nos lábios um novo sorriso.
Se o impossível já é por si só.
Como querer mudar o curso da natureza?
Por que é tão difícil mudar o mundo?
Seria possível que tranformássemos as pessoas?
Queria poder ter esse poder.
Seria tão mais simples se fácil fosse.
De que vale querer e não ter.
E ter o que não queremos?
Ou mais ainda não termos absolutamente nada!
O nada é fato, como o céu não é o limite.
Como o tempo implacável é passante.
Juntam-se os ponteiros da minha vida.
Que me chegue logo a hora marcada do fim.
Encontros e desencontros unidos num só ser.
Despedidas na hora de não mais ser.
Abstratamente só e solitário.
Perdido numa imensa névoa da multidão.
Queria ter-te sempre ao meu lado.
A ouvir meu ais e alegrias.
Dividir é melhor que somar.
Ter níquel não anche coração.
Não aquece a alma.
Que fria sente e sofre.
Viver é não simplesmente passar no mundo.
É querer poder, fazer o quê diferente.
Sem sentir-se que se faz diferente o amar.
Postar-se no mundo com uma nova cara.
Uma máscara ilusória, que esconde a verdadeira face.
A triste e solitária face do poeta que ama.
Na obscuridade de seu tinteiro.
Na clareza de seu branco papel.
Nas mal traçadas linhas que escreve.
Sempre e tanto em louvor ao seu amor.
Pôr-do-sol laranja e quente.
Início de uma hora sem luz.
Escura e secreta.
Misteriosamente fria e quieta.
Uivos noturnos de dor serena e calma.
Ferida de sangra internamente e arde.
Vísceras que se desfazem continuamente.
Coração dilacerado e ainda vivo.
Dor lancinante e lascívia.
Que um dia como o vento passa.
Deixando seu rastro de destruição.
Ilumina-se novamente a face obscura pela máscara.
E ver-se nos lábios um novo sorriso.
domingo, 16 de setembro de 2007
Eu literário.
Meus poemas são totalmente cheios de mim.
Povoados com todos os meu negros sentimentos.
É como vomitar tudo que habita meu ser.
Um expurgo da minha alma.
Rasgo na carne, chaga aberta e vermelha.
Vísceras pulsantes.
Sangue, amor e suor em papel.
Palavras ardentes, sedentas de serem lidas.
Versos disformes, mas ligados.
Idéia recorrente e eterna.
Explosão de paixão carnal e sensual.
Destrezas de um simples mortal canhoto.
Arregimentos de uma sinfonia incompleta.
Frases talvez já ditas.
Escárnio de mim em versos.
*Dedicado a Fernando Pessoa.
Povoados com todos os meu negros sentimentos.
É como vomitar tudo que habita meu ser.
Um expurgo da minha alma.
Rasgo na carne, chaga aberta e vermelha.
Vísceras pulsantes.
Sangue, amor e suor em papel.
Palavras ardentes, sedentas de serem lidas.
Versos disformes, mas ligados.
Idéia recorrente e eterna.
Explosão de paixão carnal e sensual.
Destrezas de um simples mortal canhoto.
Arregimentos de uma sinfonia incompleta.
Frases talvez já ditas.
Escárnio de mim em versos.
*Dedicado a Fernando Pessoa.
sábado, 15 de setembro de 2007
Diferente
Vem iluminar meu céu.
Deixa-me como uma criança.
Faz-me sorrir eternamente.
Achar tudo belo e fácil.
Pega minha mão e me ensina a escrever.
Fala-me as primeiras palavras.
Dá-me os primeiros passos do amor.
Quero aprender a viver contigo.
Ser livre e preso a ti, só a ti.
Andar correndo mundos.
Pois sou feliz.
Quero muito ser feliz, assim.
Comigo mesmo e contigo, junto.
Abraça-me nos momentos frios.
Refresca-me no calor escaldante.
Embala meu sono com tua voz única.
Povoa meus sonhos.
Desperta-me com um doce beijo.
Não me deixa olhar o mundo com olhos frios.
Quero sempre irradiar calor, amor, felicidade.
Tudo que tu me darás.
Sempre e sempre e sempre e sempre...
Deixa-me como uma criança.
Faz-me sorrir eternamente.
Achar tudo belo e fácil.
Pega minha mão e me ensina a escrever.
Fala-me as primeiras palavras.
Dá-me os primeiros passos do amor.
Quero aprender a viver contigo.
Ser livre e preso a ti, só a ti.
Andar correndo mundos.
Pois sou feliz.
Quero muito ser feliz, assim.
Comigo mesmo e contigo, junto.
Abraça-me nos momentos frios.
Refresca-me no calor escaldante.
Embala meu sono com tua voz única.
Povoa meus sonhos.
Desperta-me com um doce beijo.
Não me deixa olhar o mundo com olhos frios.
Quero sempre irradiar calor, amor, felicidade.
Tudo que tu me darás.
Sempre e sempre e sempre e sempre...
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Vida
Nada foi em vão.
Tudo valeu a pena.
Começaria tudo outra vez.
Faria tudo novamente.
Tal e qual, nada diferente.
Poder arremessar-me na vida.
Despojadamente.
Viver intensa e intrísecamente.
Laçado aos eternos convívios.
Vitalmente ligado aos amigos.
Essencialmente passional.
Inevitavelmente artista.
Eternamente um ser de amores.
Simplesmente sem grandes excessos.
Um etéro pensamento que se desfaz.
Nuvem clara que desenha o céu.
Um par de pés que deslizam no salão.
Mãos que se unem em oração.
Lábios que se encostam num beijo.
Cabeça que repousa tranquilas às noites.
Por não se arrepender de ter vivido.
De ter divido a vida com outros.
E não querer mudar nada.
Nem um milímetro.
A vida como foi seria outra vez.
Tudo valeu a pena.
Começaria tudo outra vez.
Faria tudo novamente.
Tal e qual, nada diferente.
Poder arremessar-me na vida.
Despojadamente.
Viver intensa e intrísecamente.
Laçado aos eternos convívios.
Vitalmente ligado aos amigos.
Essencialmente passional.
Inevitavelmente artista.
Eternamente um ser de amores.
Simplesmente sem grandes excessos.
Um etéro pensamento que se desfaz.
Nuvem clara que desenha o céu.
Um par de pés que deslizam no salão.
Mãos que se unem em oração.
Lábios que se encostam num beijo.
Cabeça que repousa tranquilas às noites.
Por não se arrepender de ter vivido.
De ter divido a vida com outros.
E não querer mudar nada.
Nem um milímetro.
A vida como foi seria outra vez.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Des...
Descerrem os panos.
Desvelem seus rostos.
Desarmem seus sorrisos.
Desfaçam as maquiagens.
Descaracterizem-se.
Desmanchem o cenário.
Desmontem o vosso palco.
Desliguem as luzes.
Destruam seus textos.
Desacreditem de vossos sonhos.
Despejem toda sua ira com lágrimas.
Dessarumem seus cabelos.
Descalcem os sapatos.
Desçam de vossos altares sagrados.
Desencaminhem as vidas alheias.
Desenterrem vossas almas.
Descarreguem vossos ais no mundo.
Despojem-se de vossas figuras irreais.
Desmereçam vossas glórias.
Desaprovem vossas próprias atitudes.
Desenganem-se da vida bela.
Desequilibrem-se no arame sem rede.
Desconheçam vossos filhos.
Descrevam as maravilhas que existem afora.
Desafinem nas canções de amor.
Descubram as coisas óbvias.
Desapareçam nos tortuosos caminhos.
Desatinem a correr eternamente
Desafie sempre o vosso próprio momento.
Desvelem seus rostos.
Desarmem seus sorrisos.
Desfaçam as maquiagens.
Descaracterizem-se.
Desmanchem o cenário.
Desmontem o vosso palco.
Desliguem as luzes.
Destruam seus textos.
Desacreditem de vossos sonhos.
Despejem toda sua ira com lágrimas.
Dessarumem seus cabelos.
Descalcem os sapatos.
Desçam de vossos altares sagrados.
Desencaminhem as vidas alheias.
Desenterrem vossas almas.
Descarreguem vossos ais no mundo.
Despojem-se de vossas figuras irreais.
Desmereçam vossas glórias.
Desaprovem vossas próprias atitudes.
Desenganem-se da vida bela.
Desequilibrem-se no arame sem rede.
Desconheçam vossos filhos.
Descrevam as maravilhas que existem afora.
Desafinem nas canções de amor.
Descubram as coisas óbvias.
Desapareçam nos tortuosos caminhos.
Desatinem a correr eternamente
Desafie sempre o vosso próprio momento.
sábado, 8 de setembro de 2007
Poetas
Que líricos me inspiram?
Por quais estradas floridas passo?
Sentimentos me tomam pelas mãos
e levam-me aos mais longínquos lugares.
Uma voz doce e serena me sopra no ouvido.
Todas as belas palavras que escrevo diariamente.
Penso que é um tal ser superior que me guia as frases.
Não sei se não ouvisse essa voz conseguiria escrever tanto.
São coisas que não sei se saem mesmo do meu ser.
Melodiosas frases postas nos papéis brancos.
Formando alguns versos poéticos.
Alguns sofridos poemas.
Algo superior.
Palvras.
Nó.
Por quais estradas floridas passo?
Sentimentos me tomam pelas mãos
e levam-me aos mais longínquos lugares.
Uma voz doce e serena me sopra no ouvido.
Todas as belas palavras que escrevo diariamente.
Penso que é um tal ser superior que me guia as frases.
Não sei se não ouvisse essa voz conseguiria escrever tanto.
São coisas que não sei se saem mesmo do meu ser.
Melodiosas frases postas nos papéis brancos.
Formando alguns versos poéticos.
Alguns sofridos poemas.
Algo superior.
Palvras.
Nó.
Coração
Víscera que me queima.
Saí de dentro de mim.
Caí por terra.
Vai bater em outro maldito peito.
O meu está estraçalhado.
Não mais agüento tanta dor.
Meu inferno particular.
Saudade do ser não correspondido.
Amor.
Ai, dor pungente que mata,
pouco a pouco e constantemente.
Minhas entranhas estão desfeitas.
Quero ser oco.
Não mais sentir nada.
Ser inerte, morto e seco.
Saí de dentro de mim.
Caí por terra.
Vai bater em outro maldito peito.
O meu está estraçalhado.
Não mais agüento tanta dor.
Meu inferno particular.
Saudade do ser não correspondido.
Amor.
Ai, dor pungente que mata,
pouco a pouco e constantemente.
Minhas entranhas estão desfeitas.
Quero ser oco.
Não mais sentir nada.
Ser inerte, morto e seco.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Senhora de Todos Nós
Voz que me rasga as entranhas.
Crepitante, ardente.
Voz que acalenta meus sonhos.
Que aplaca minhas dores.
Flor morena baiana.
Pepita santamarense.
Corpo delgado e belo.
Profundos movimentos cênicos.
Corpo que baila e canta.
Serena menina de interior.
Doce, cheirosa e macia.
Olhos d'água do céu.
Pesonificação de Oyá.
Pés descalços que flutuam no espaço.
Pessoa de éter.
Cabelos revoltos e leves.
Brisa de verão que refresca.
Gosto de quero-mais.
Filha de alguém superior.
Criação divina e bela.
Gestos largos e fortes.
De saia, de calça, de branco,
azul, vermelho ou amarelo.
Sempre radiante força sublime.
Figura cênica e terna.
Misto de ar, água, terra e fogo.
Fogo que queima e não dói.
Perturbadora do silêncio inerte.
Voz ecoante no vazio.
Fricção do tudo e nada.
Abismo do ser e viver.
Viva sempre no meu universo.
Cortinas descerradas, sempre.
Luzes difusas do seu palco.
Não se apaguem jamais.
Estrela da terra.
Fruta de todas as estações.
Calor do inverno.
Mãos firmes e longas.
Brilhos de ouro.
Singela mulher.
Grande rainha de nós.
Guia-nos nos teus passos luzentes.
Ora pra teus Deuses supremos.
Pede que possamos sempre te olhar.
Que nunca te percamos de vista.
Com teu talento nos cobre de música.
Preza pelo teu Sagrado Ofício.
Guarda tua casa, teu altar de adoração.
Ontem menina, hoje senhora.
Sempre cantora.
Vinho da mais nobre safra.
Liberdade de todos os presos.
Voz de nossos sofridos corações.
Dai vida a quem nada tem.
Leva teu canto aos remotos lugares.
Faz tuas cantigas na hora de dormimos.
Para que todas as noites sonhemos contigo.
E sabermos que em sonho ou na realidade
és tu a voz de nossas vidas.
Crepitante, ardente.
Voz que acalenta meus sonhos.
Que aplaca minhas dores.
Flor morena baiana.
Pepita santamarense.
Corpo delgado e belo.
Profundos movimentos cênicos.
Corpo que baila e canta.
Serena menina de interior.
Doce, cheirosa e macia.
Olhos d'água do céu.
Pesonificação de Oyá.
Pés descalços que flutuam no espaço.
Pessoa de éter.
Cabelos revoltos e leves.
Brisa de verão que refresca.
Gosto de quero-mais.
Filha de alguém superior.
Criação divina e bela.
Gestos largos e fortes.
De saia, de calça, de branco,
azul, vermelho ou amarelo.
Sempre radiante força sublime.
Figura cênica e terna.
Misto de ar, água, terra e fogo.
Fogo que queima e não dói.
Perturbadora do silêncio inerte.
Voz ecoante no vazio.
Fricção do tudo e nada.
Abismo do ser e viver.
Viva sempre no meu universo.
Cortinas descerradas, sempre.
Luzes difusas do seu palco.
Não se apaguem jamais.
Estrela da terra.
Fruta de todas as estações.
Calor do inverno.
Mãos firmes e longas.
Brilhos de ouro.
Singela mulher.
Grande rainha de nós.
Guia-nos nos teus passos luzentes.
Ora pra teus Deuses supremos.
Pede que possamos sempre te olhar.
Que nunca te percamos de vista.
Com teu talento nos cobre de música.
Preza pelo teu Sagrado Ofício.
Guarda tua casa, teu altar de adoração.
Ontem menina, hoje senhora.
Sempre cantora.
Vinho da mais nobre safra.
Liberdade de todos os presos.
Voz de nossos sofridos corações.
Dai vida a quem nada tem.
Leva teu canto aos remotos lugares.
Faz tuas cantigas na hora de dormimos.
Para que todas as noites sonhemos contigo.
E sabermos que em sonho ou na realidade
és tu a voz de nossas vidas.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Moema
Aurora de todos os dias.
Frágil figura.
Voz doce e macia.
Mãos longas e benfeitoras.
Um poço de bons fluídos.
Carinhosos movimentos
que sempre nos acalmam.
Embala nossos corações
com suas cantigas bonitas.
Passos mansos,
Como ondas de calmaria.
Sabedoria tranquila.
Emana uma eterna e tenra paz.
Um rouxinol do nosso jardim.
Minha consciência externa.
Companhia aprazível.
Prazerosa presença.
Dia que nunca escurece.
Sol que não pára de brilhar.
Aurora eterna.
Frágil figura.
Voz doce e macia.
Mãos longas e benfeitoras.
Um poço de bons fluídos.
Carinhosos movimentos
que sempre nos acalmam.
Embala nossos corações
com suas cantigas bonitas.
Passos mansos,
Como ondas de calmaria.
Sabedoria tranquila.
Emana uma eterna e tenra paz.
Um rouxinol do nosso jardim.
Minha consciência externa.
Companhia aprazível.
Prazerosa presença.
Dia que nunca escurece.
Sol que não pára de brilhar.
Aurora eterna.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Tango
Pernas que se cruzam.
Braços estendidos.
Mão coladas.
Faces unidas.
Violinos ardentes.
Trôpegos passos.
Rispidez bailante.
Caminhos únicos.
Vai-e-vem frenético.
Dores de amores.
Sempre mal curados.
À meia luz.
Candelabros acesos.
Rosas vermelhas.
Ares noturnos.
É tango.
Braços estendidos.
Mão coladas.
Faces unidas.
Violinos ardentes.
Trôpegos passos.
Rispidez bailante.
Caminhos únicos.
Vai-e-vem frenético.
Dores de amores.
Sempre mal curados.
À meia luz.
Candelabros acesos.
Rosas vermelhas.
Ares noturnos.
É tango.
Meu Oco Interno
O eco do meu vazio é tão sóbrio.
Tão seco e só.
Tão ecoante sou.
Tão sem paredes interiores.
Apenas e só uma armadura oca.
Vazio, tenso e seco.
Bate e rebate sempre o mesmo som.
Internamente ressoante.
Grito preso na garganta.
Nó que nunca se desfaz.
Travo amargo na língua.
Gosto vazio e úmido.
Cavidade ressonante abstrata.
Antes de todas as vontades.
Coisa pré-formada.
Deformada e nunca reformada.
Descaminho torto e árido.
Escassez de linhas de movimento.
Duro, teso, imobilizante olhar.
Lágrima seca que nunca rola na face.
Silêncio multilador.
Rascante pensamento.
Pré, pós, antes de tudo.
Assim seco e só.
Só e oco.
Oco.
Tão seco e só.
Tão ecoante sou.
Tão sem paredes interiores.
Apenas e só uma armadura oca.
Vazio, tenso e seco.
Bate e rebate sempre o mesmo som.
Internamente ressoante.
Grito preso na garganta.
Nó que nunca se desfaz.
Travo amargo na língua.
Gosto vazio e úmido.
Cavidade ressonante abstrata.
Antes de todas as vontades.
Coisa pré-formada.
Deformada e nunca reformada.
Descaminho torto e árido.
Escassez de linhas de movimento.
Duro, teso, imobilizante olhar.
Lágrima seca que nunca rola na face.
Silêncio multilador.
Rascante pensamento.
Pré, pós, antes de tudo.
Assim seco e só.
Só e oco.
Oco.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Nós
Que necessidade vital tão estranha.
Nunca pensei poder exister pessoas assim.
Tão diferente, tão iguais...
Tão exóticas e recatadas.
Tão singulares nas suas especificidades.
Paro e penso o que será no futuro?
Quando não mais juntos estivermos?
Cada rumo um tomará.
Espalhados no mundo como sementes ao vento.
Que fica de toda uma vivência juntos?
Fica o gostinho travoso de saudade.
Frutos bons vamos render, eu sei.
Laços fortes, que nem o tempo desfará.
De mãos dadas fundamos um mundo, nosso.
Um espaço diferente de tudo e todos.
Onde só nós nos adequamos.
Onde só nós podemos entrar.
A senha é única, o caminho não tem volta.
É entregar-se de corpo e alma.
Respirar o mesmo ar.
Pisar o mesmo chão, caminhar na mesma passada.
Irmão de fé e paixão.
Dividir o mesmo secular sagrado Ofício.
Viver de aplausos e vaias.
Recolher as rosas e furar-se nos espinhos.
Deixar-se ficar atrás do pano, olhar o apagar das luzes.
Rumar ao camarim e desfazer-se das vestes alheias.
Para na noite seguinte refazer todo ritual.
E sempre, sempre, sempre repetir tudo.
Nunca pensei poder exister pessoas assim.
Tão diferente, tão iguais...
Tão exóticas e recatadas.
Tão singulares nas suas especificidades.
Paro e penso o que será no futuro?
Quando não mais juntos estivermos?
Cada rumo um tomará.
Espalhados no mundo como sementes ao vento.
Que fica de toda uma vivência juntos?
Fica o gostinho travoso de saudade.
Frutos bons vamos render, eu sei.
Laços fortes, que nem o tempo desfará.
De mãos dadas fundamos um mundo, nosso.
Um espaço diferente de tudo e todos.
Onde só nós nos adequamos.
Onde só nós podemos entrar.
A senha é única, o caminho não tem volta.
É entregar-se de corpo e alma.
Respirar o mesmo ar.
Pisar o mesmo chão, caminhar na mesma passada.
Irmão de fé e paixão.
Dividir o mesmo secular sagrado Ofício.
Viver de aplausos e vaias.
Recolher as rosas e furar-se nos espinhos.
Deixar-se ficar atrás do pano, olhar o apagar das luzes.
Rumar ao camarim e desfazer-se das vestes alheias.
Para na noite seguinte refazer todo ritual.
E sempre, sempre, sempre repetir tudo.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Ódio
Vós todos uns pulhas!
Deixem-me viver.
Abram-me os grilhões.
Soltem-me.
Não aguento mais essas cadeias.
Livre, quero ser totalmente livre.
Não me regulem o viver.
O amar, comer, dormir, sofrer.
Esqueçam-me completamente.
Por que tanta perseguição?
Tantas regras existem por quê?
Não, não! Sou contra leis.
Sou absolutamente a favor da liberdade.
Porque o homem nasceu livre.
Vós, criaturas abomináveis é que prendem-nos.
Impoem-nos regras absurdas.
Parâmetros, padrões...
Que nem sempre estamos dispostos a aceitar.
Respeitem as diferenças.
Quero ser livre, quero poder amar impunemente.
E me deixem se vou sofrer.
Não preciso de conselhos e podações.
Tolham vossos próprios instintos.
Abstraim os alheios.
Mirem vossos próprios rabos!
Nunca vi raça mais podre, mais fétida,
mas imunda que vós, humanos imbecis.
Estou com o peito ardendo de ódio por vós.
Se ainda quereis viver não me cruzem o caminho.
Não serei capaz de responder por meus instintos.
A morte! A vós! Animais inescrupulosos!
Deixem-me viver.
Abram-me os grilhões.
Soltem-me.
Não aguento mais essas cadeias.
Livre, quero ser totalmente livre.
Não me regulem o viver.
O amar, comer, dormir, sofrer.
Esqueçam-me completamente.
Por que tanta perseguição?
Tantas regras existem por quê?
Não, não! Sou contra leis.
Sou absolutamente a favor da liberdade.
Porque o homem nasceu livre.
Vós, criaturas abomináveis é que prendem-nos.
Impoem-nos regras absurdas.
Parâmetros, padrões...
Que nem sempre estamos dispostos a aceitar.
Respeitem as diferenças.
Quero ser livre, quero poder amar impunemente.
E me deixem se vou sofrer.
Não preciso de conselhos e podações.
Tolham vossos próprios instintos.
Abstraim os alheios.
Mirem vossos próprios rabos!
Nunca vi raça mais podre, mais fétida,
mas imunda que vós, humanos imbecis.
Estou com o peito ardendo de ódio por vós.
Se ainda quereis viver não me cruzem o caminho.
Não serei capaz de responder por meus instintos.
A morte! A vós! Animais inescrupulosos!
domingo, 2 de setembro de 2007
Recordando o passado
Tanto tempo faz.
E parece que foi ontem.
Rever pessoas é bom.
Nostálgico.
Parar, pensar no passado.
Pego-me várias vezes olhando atrás.
Vejo imagens como num filme.
Lembro pessoas, hoje distantes.
Tenho saudade.
Como que querendo reviver tudo.
Para mais uma vez depois de tudo vivido
Olhar o passado e relembrar.
Por mais esquecido que esteja sempre recordo.
Por mais que queira esquecer não consigo.
O tempo leva-nos a caminhos distintos.
Mas o tempo vivido junto marcou.
Existe, é fato, só não é mais concreto.
Penso nos tempos idos com alegria.
Misto de tristeza também.
Por saber que não ouviremos mais algumas vozes.
Talvez por que tenham mudado.
Quem sabe se não morreram?
Por não poder mais sentir os abraços antigos.
Não sentir mais perfumes doces...
Correr à mesa ao sentir o cheiro de uma comida.
Por não mais ser como era.
Não ter mais cinco, seis anos.
O tempo passa.
Sinto-me cansado.
Não sei se me pesa mais a alma ou o corpo.
Acredito que a alma velha é mais forte.
Saudades do ontem, tão perto e tão morto.
Como os meus cinco anos.
São hoje recordações, boas, mas que me fazem triste.
Pequenas lágrimas que não caem.
Secam-se nos olhos sem na face rolar.
São domingos de recordações brutas.
Brutas por me dilacerarem o peito e espírito.
Como queria poder não recordar.
Não pensar no que foi.
Apenas e tão simplesmente mirar avante.
Pena que esse futuro, um dia, também será passado...
E parece que foi ontem.
Rever pessoas é bom.
Nostálgico.
Parar, pensar no passado.
Pego-me várias vezes olhando atrás.
Vejo imagens como num filme.
Lembro pessoas, hoje distantes.
Tenho saudade.
Como que querendo reviver tudo.
Para mais uma vez depois de tudo vivido
Olhar o passado e relembrar.
Por mais esquecido que esteja sempre recordo.
Por mais que queira esquecer não consigo.
O tempo leva-nos a caminhos distintos.
Mas o tempo vivido junto marcou.
Existe, é fato, só não é mais concreto.
Penso nos tempos idos com alegria.
Misto de tristeza também.
Por saber que não ouviremos mais algumas vozes.
Talvez por que tenham mudado.
Quem sabe se não morreram?
Por não poder mais sentir os abraços antigos.
Não sentir mais perfumes doces...
Correr à mesa ao sentir o cheiro de uma comida.
Por não mais ser como era.
Não ter mais cinco, seis anos.
O tempo passa.
Sinto-me cansado.
Não sei se me pesa mais a alma ou o corpo.
Acredito que a alma velha é mais forte.
Saudades do ontem, tão perto e tão morto.
Como os meus cinco anos.
São hoje recordações, boas, mas que me fazem triste.
Pequenas lágrimas que não caem.
Secam-se nos olhos sem na face rolar.
São domingos de recordações brutas.
Brutas por me dilacerarem o peito e espírito.
Como queria poder não recordar.
Não pensar no que foi.
Apenas e tão simplesmente mirar avante.
Pena que esse futuro, um dia, também será passado...
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